O passado

A todo instante estamos gerando o nosso passado, cada decisão, cada caminho tomado, cada palavra dita ou calada, cada gesto feito ou reprimido, esse instante presente que passa na velocidade da terra, o eu hoje diferente do eu ontem e do eu amanhã, fases, sempre novas verdades, novos idolos, amores vividos e vistos sob cada perspectiva de cada fase da vida, a rotina que parecia chata dando a impressão que se repetiria eternamente!


Conversando com minha amiga de muitos anos de amziade, Camila, ela me lembrou do primeiro blog que tive, há 5 anos atraz, que eu tinha esquecido totalmente, que tava guardado lá nos arquivos engavetados da minha cabeça.!! Escrevi na primeira postagem desse blogui que este era meu primeiro blogui.. Mentira sem querer, tinha esquecido mesmo do meu passado blogueiro.. risos!



E eis que re-vi e re-senti através dos links abaixo o meu primeiro blog,  uma fase maravilhosa dessa vida, morando em São Paulo com 20 anos de idade, fazendo cursinho pra tentar mais uma vez o vestibular da USP, estudando umas 10 horas por dia no mínimo, não conhecia quase ninguém na gigante São Paulo, fase centrada e solitária, com a flecha apontada para sonhos querendo ser reais! Quantas fases vivemos, quantos eus diferentes somos na somatoria do todo da nossa vida:



Segundo Blog, eu estava com 21 pra 22 anos, calouro de letras na UnB vivendo em Brasília recém mudado de São Paulo, eu tinha mais ou menos esquecido da existência dele:
 



E agora, 4 anos depois, eis que surge o Caminhando Que Se Sente, feito para sintonizar essa grande viagem de rumos e caminhos imprevisíveis que me pus a fazer, com 25 pra 26 anos, talvez daqui uns anos mais um blog todo esquecido e abandonado refletindo um poquim de nada mais uma fase que passou nessa vida, como os que o antecederam, talvez nem lembrado, risos!
 


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Como voltei a caminhar estou diminiuindo a frequência de postagem no blog por falta de tempo, mas sempre que der apareço, o momento agora é de viver, amar o presente e caminhar intensamente aqui aos pés da Ibituruna.
Beijos
Diogo

25 e Sonhos - A Caminhada

Há exatos dois meses atrás no dia 25 de Agosto eu acordava com o sol nascendo  na janela do ônibus, deixando para trás a noite e iluminando a distinta vegetação do Chaco na poeira da estrada de terra, chegando em Bermejo, última cidade da Bolívia 200 KM antes da fronteira com o Paraguai. Passei o dia cruzando o Paraguai de uma ponta a quase outra, espantado, abismado com tudo que via, um país desertico em termos de população, com uma região norte, como a região norte do Brasil, Argentina e Bolívia muito pobre e abandonado, um Chaco encantador de arvores barrigudas que davam algodão silvestre nas suas pontas que coloriam de branco o Chaco escuro de céu azul, repleto de árvores e galhos secos e contorcidos, trocando muitas idéias com o amigo caminhante brasileiro que eu acabara de conhecer na fronteira e que viaja ha 7 anos, vendo o Paraguai se revelar prus olhos e prus sentidos. Chegava às 23:00 horas em Assunção, com 25 anos, 25 horas de viagem sentado na poltrona de número 25 no dia 25! 

Havia começado minha viagem uma semana atrás saíndo de Brasília, o Paraguai foi uma experiência muito intensa por tudo que vivi com sua gente, sua cultura, sua resistência e pelos Sonhos, como o que tive 2 semanas antes de começar a viagem; estava eu no sonho, de frente para o Rio Doce, com as aguas negras como a noite, na margem do lado da ilha dos araújos, bairro aqui da minha Governador Valadares onde cresci meus primeiros tempos de vida, eu tinha que atravessar o Rio, era a noite e a balsa tinha acabado de sair, eu olhei pra outra margem que era o outro país que tinha que chegar e me joguei na água, balancei no redemunho da água noturna, meu grande amigo irmão Victor pernambucano que faz letras espanhol também lá na unb, que viajamos eu, ele e meu outro grande amigo Fábio, de La Paz na Bolívia até Belém do Pará em Janeiro desse ano, cortando a gigantesca amazônia, Vitão me jogou um salva vidas! Eis que cheguei ao outro lado, estava no Paraguai. 


Caminhei pelas ruas do Paraguai, sabia que tinha algum tempo antes de partir  de novo dalí daquele ponto de chegada, caminhei em uns becos estreitos como os de alguns bairros da periferia de Valadares de frente para o Rio, para a ilha, logo mais a frente encontrei um lugar mais ao fundo, uma arvoré e várias pessoas conversando, escuro. Em pouco tempo eu brigava com um amigo de Brasília, que por aqueles tempos do sonho, andavamos mesmo na realidade meio que prestes a brigar por bobagem, um amigo, brigamos um pouco e pronto, foi como um desabafo a briga,  eu o joguei com uma força enorme ao outro lado e acabou, voltei caminhando pelos corredores entre casa, no meio do caminho lembrei que estava sem o passaporte, que o passaporte havia ficado com o meu amigo da briga, pensei, como vou pegar o barco para atravessar de novo o rio, segui caminhando preocupado, logo cheguei ao embarque onde havia chegado nadando, era de madrugada, era a última balsa, eu estava sem o passaporte e não podia sair do país, eu querendo pular a barreira e entrar na balsa ou pular na água, uma policial e um policial atraz de mim, eu olhei e vi em seus olhos que eles sabiam da minha vontade de pular e me pegariam antes que eu saltasse, apagou-se, não lembro se pulei; estou meio que deitado, é de dia,  primeiro me vejo como que navegando chegando a uma grande cidade e logo estou dentro de um coletivo olhando para os prédios altos, estou na Colômbia, a Colômbia é muito diferente do que eu pensava, quantos prédios altos, olho as ruas, penso em quanto a Colômbia é diferente do que eu pensava. Acordei.

Esse sonho tive cerca de 2 semanas antes di partir de Brasília no dia 18 de Agosto,  e foi tão simbólico naquele momento de espera para chegar a hora da partida, que foi pra mim como o início simbólico da viagem, duas semanas antes!
 


Contado o sonho, eis que vamos a realidade posterior. Chegou o tão esperado dia 18 e parti rumo aos desconhecidos, cheguei na fronteira Corumbá – Brasil com Puerto Quijarro – Bolívia, e eis que na migração depois de ter garantido minha entrada com o passaporte carimbado, me vejo em uma situação de ter meu passaporte tirado das minhas mãos, anulado a entrada e eu e mais dois amigos brasileiros que tinha acabado de conhecer, nos vemos sendo obrigados a pagar uma propina, conto contado aqui no inicio da viagem, na quase uma hora de espera e negociação com os policias para devolverem  meu visto de entrada, o sonho me veio com emoção, eu estava na primeira fronteira, sem poder seguir, com os policias, vendo minha entrada impossibilitada, eu tinha simbolicamente feito uma travessia para chegar na fronteira, de Brasília a Campo Grande e depois até Corumbá, trejeto-rio, fui lendo e relendo o A Terceira Margem do Rio do Primeiras Estórias do velho Rosa,  lendo e chorando, a travessia que é a vida tão genialmente e sentimentalmente captada, Guimarães Rosa pra mim é o gênio da sensibilidade, e como no sonho, chegando na outra margem que era uma fronteira, na hora de seguir também no mundo real, eu estava também sem o passaporte simbolicamente naquele momento, fiquei vivendo a situação re-lembrando dele, que eu tinha esquecido, o Sonho, vivo!


No dia 25 de Agosto quando eu chegava na segunda fronteira da viagem, Bolívia - Paraguai, o policia boliviano, de novo, embarrerou meu caminho, soou extranho  para ele o anulado que eu tinha ganho no primeiro carimbo do passaporte, e abaixo do anulado outro carimbo de entrada. O sonho foi certeiro quanto às primeiras fronteiras e o passaporte!


A viagem seguiu intensificando-se, cheguei em Santa Cruz e no mesmo dia em uma decisão de última hora, sem estar previsto, como quase todos os caminhos sem muito planejamento, segui a noite de ônibus para Beni, a terceira noite durmida dentro de um ônibus em 4 noites seguidas dormidas nos ônibus e no trem.

Depois de bater bastante papo com a senhora que viajou ao meu lado, Sonhei que estava em um descampado de morro pequeno com um mato claro todo seco, e um pouco alto, resumindo bem esse sonho pra esse texto não ficar demasiado extenso, eu tava no meio do mato com minha moto, olhava a moto que meu amigo Andrés havia comprado, era a que ele queria comprar, fiquei feliz por ele, depois fui ver não era e perguntei porque tinha mudado de escolha, uma outra moto chegou do meu lado e reparei que era bem velha, foi aparecendo mais motos e no meio dessas motos todas eu acordei, olhei pela janela e o sol estava nascendo na lateral do ônibus, um sol rosa subindo com vigor, trazendo o sábado, eis que chegava em Trinidad, capital do estado, lá chamado departamento, de Beni. 

Junto com Santa Cruz, Tarija e Pando os 4 estados dos 9 da Bolívia que têm como governantes os representates da direita e ultra-direita Boliviana, chamados de estados da Meia Lua, são os estados que concentram os maiores latifundiários da pequena elite de poucos espanhois que sempre foram os donos das riquezas e das terras do país na história dos séculos  de dominação, dizimações e roubo aos povos que viviam neste continente, até a eleição do primeiro indígena para a presidência em 2005, uma minoria de menos de 5% era dona de tudo, em um país onde 80% da população são indígenas, sendo 60% dessa população total - indígenas originários.  No entanto esses poucos senhores detêm as terras e riquezas naturais desses 4 estados, o gás de Tarija ao sul, as terras dos dois maiores estados em território da Bolívia -  Beni e Santa Cruz, com muito latifundio, a terra dos povos originários toda na mão de poucos coroneis, mais vivos do que nunca. Beni e sua capital Trinidad sempre que eu tentei ir nas outras duas viagens que fiz a Bolívia, acabei só conhecendo o norte de Beni, a fronteira da Bolívia com o Brasil, Guajará-mirim - Rondônia,  pois sempre tinha uma estrada caída ou um bloqueio político, essa viagem por exemplo até o último instante nós passageiros teríamos que cruzar a pé o bloqueio para depois tomar outro ônibus que nos esperaria depois do bloqueio e etc, só uma empresa  de ônibus estava fazendo o trajeto naquele, de umas 10 empresas.. O protesto se levantou pouco antes da nossa saída às 20h de Santa Cruz, daí pude sonhar tranquilo o que logo vivi!


Conversei mais um pouco com a simpatiza vovó que tava do meu lado, no tempo que conversamos antes de durmimos e quando acordamos, me adotou como um neto, perguntando tudo, de onde eu era, pra onde ia, se meus pais não se preocupavam deu viajar sozinho, como era o Brasil, e etc, e eu como netinho enchi ela de perguntas também, sobre a Bolívia, Evo, Cultura e etc!


O ônibus foi chegando na cidade, o dia começava a clarear em Trinidad e as motos já estavam circulando, as primeiras imagens que tive da janela do ônibus depois do nascer do sol foi de motos passando ao lado do ônibus. Desci na rodoviária e caminhei nas ruas em volta à rodoviária procurando um hotelzinho bem barato, não encontrei, comecei a perguntar como chegar ao centro, caminhei mais algumas ruas pra ir vendo como era a cidade e só via motos, cada vez mais motos, todo mundo sem capacete, as vezes vários na moto, digo, 5 por moto, as vezes fazendo até mudança ou levando cargas de trabalho, caminhando e admirando o quanto tinha mudado tudo de Santa Cruz pra Beni e o quanto Beni era diferente das outras 7 capitais que conheci da Bolívia, estava caminhando encantado com os primeiros desvendamentos sobre Trinidad, eis que lembrei do sonho que acabava de ter tido no ônibus, um monte de motos, peguei um moto táxi até o centro, fui sorrindo com os mistérios dessa vida e com o infinito diverso que é a espécie humana.


Voltando ao sonho que começou a viagem bem antes da viagem começar e que marcou o episodio relacionado com a fronteira e o passaporte, cheguei no Paraguai no dia 25 e dormi de frente pra rodoviária, no dia 26 tomei com o novo amigo Jonny um coletivo, passamos mais de uma hora nesse coletivo, iamos rumo a conhecer o centro de Assunção, fui na janelinha sorrindo pro Paraguai, pensando no quanto desde que cruzei o país no dia anterior, era diferente de tudo que eu tinha imaginado, até porque o tudo que eu tinha imaginado é quase nada, pois as únicas coisas que os grandes meios de comunicação do Brasil já me disseram do Paraguai é que tem uma ponte onde faz contrabando pro Brasil e que causa prejuízo as grandes companhias trans-nacionais de cigarros e etc.. 

Estava deslumbrando o Paraguai na janela do ônibus quando senti e vi imagens parecidas e o mesmo sentimento de um momento sentido como já vivido, porém vivido no sonho, chegando a uma grande cidade muito diferente do que pensava antes de conhece-la,  igualzinho a sensação que tive no sonho chegando no que eu pensava ser a Colombia, impressionado com a surpresa segui sorrindo prus mistérios, dois senhores tocaram uma linda canção  paraguaia em espanhol e guarani no coletivo, eu e o Paraguai nos saudávamos pelo caminho repleto de ipês rosa!

Um mês depois deste 25 de Agosto em que chegava no Paraguai e iniciava recém minha viagem, no 25 de Setembro na Argentina há mais de 20 dias, dormi das 01h da manhã às 03h, fui para o Aeroporto de Buenos Aires e tomei um vôo para São Paulo às 06:00h, depois outro na escala para Belo Horizonte, onde encontrei ao meio dia meu pai que me esperava, demos um forte abraço, seguramos o choro os dois que mais forte que nós dois saíu um pouco dos nossos olhos, falei com minha mãe ao telefone e choramos e com minha irmã em seguida e choramos, de lá de BH outro vôo pra Ipatinga e depois uma pequena viagem de carro até Valadares, eu chegava na minha cidade natal às 20horas daquele 25, meus parentes me receberam, meu tio médico e minha tia enfermeira me avaliaram, a vó chorou na hora que me viu, eu estava muito magro, amarelo, mas sorrindo sempre. Segui para o hospital onde passei 6 horas tomando soro, como tinha passado os últimos 5 dias em Buenos Aires vomitando tudo que comia ou bebia, estava além de fraco e  com o fígado muito debilitado, um pouco desidratado.. Na madruga minha mãe me levou pra casa, segui mais 6 dias na angustia de não saber o que tinha, qual era a hepatite e se havia algum outro problema, no dia 01 de Outubro recebi o resultado, era hepatite A, a mais tranquila, 1 mês  de repouso e tá sarado, como estou agora, e outro pequeno probleminha de nada que em breve se resolverá tb!


Hoje, dia 25 de Outubro acordei cedo, li um pouco e fui para a casa da vó, o tradicional  almoço de domingo da família ramalho, comer o arrozim melhor do mundo da minha vó miquita junto com os primos e primas, tios e tias, estou recuperado, dos 9 kilos que perdi recuperei 6, o amarelo se foi e as cores todas voltaram, há 3 dias voltei a caminhar, caminhei pelas ruas da minha cidade, cada rua, esquina, contrução, caminhantes loucos da rua, tudo que vejo na minha cidade é a história da minha vida, aqui vivi 18 anos  continuos da minha vida, tudo está encantado de memórias do passado onde as ruas, as pessoas, tudo, eram vistos nesse passado com outros óculos, tinham uma outra amplitude e tamanho, cerca de 8 anos depois de ter me ido a caminhar por tudo que é canto e viver nuns outros cantos, vindo aqui uma vez por ano de menos de dez dias, por conta do trabalho e estudo em Brasília, as pessoas que conhecia se foram, viraram homens e mulheres, com filhos, casados, estudantes, não os vejo, tomaram caminhos, o sentimento de desconhecido no ninho, a volta a Valadares está sendo uma caminhada rumo ao interior, com o baque da experiência vivida com a saúde, que demonstrou-me o quanto a vida é um instante, o quanto a vida, frase que me soprava por esses dias no ouvído carinhosamente Clarice Lispector, “A Vida é um Sopro”, a proximidade com a morte, que tenho no meu cotidiano porque sou motoqueiro e sei que a vida pode ir-se na próxima curva sempre se não tomar cuidado ou se o acaso me escolher, e saber disso sempre é o que garante a vida do motoqueiro, risos, mas nada comparável a sentir a fragilidade da efêmera vida humana, vista do ponto de vista prático, por alguém que não adoecia a quase 20 anos e não contava com tal possibilidade, a experiência pelo seu completo, depois da submerção a que me inseri involuntariamente, voltei a caminhar e sentir aqui, minha cidade e minha gente, meu sertão, e daqui partir como tantas outras vezes parti, renovado, preparado pros tantos outros sertões dessa nossa vida!


Quando de fato entrei na fase de se curar da hepatite, depois de toda a turbência dos 15 primeiros dias, eu não sonhava ou se sonhava não era coisa boa e eu naum lembrava de nada, só me mechia a noite inteira, eis que voltei a Sonhar e lembrar, sonhei que estava de frente a um rio, indo a fazer uma travessia, pensando e analisando a correnteza forte e a canoinha de madeira frágil, tinha uma máquina de filmar no canto da canoa, no resto cabia apenas eu com a perna esticada, eu só, teria que remar pra conseguir atravessar o rio em linha reta, a água do rio era densa e parecia uma coisa só a forte correnteza, analisei e me orientei com um senhor que estava atras de mim, perguntei como fazer para chegar por terra, escolhi esse outro caminho que era muito mais longo que o de atravessar o rio e a pequena floresta. Todas essas imagens, eu de frente pro rio, foi como o conto A TERCEIRA MARGEM DO RIO quando o pai está partindo, e quando acordei lembrei-me imediatamente do primeiro sonho que marcou a primeira fase dessa viagem, só que dessa vez era dia, eu não me joguei nas águas com a canoa, decidi o maior caminho por terra, pra chegar na cidade que tinha depois da floresta do outro lado da margem, tinha que pegar um ônibus nessa cidade e depois outro em outra cidade e de lá  sim seguir viajando.. Voltei o caminho numa pampa branca sozinho, decidi passar em casa antes e pegar roupa, estava indo viajar sem roupa nenhuma, segui um caminho de estrada de chão descendo uma montanha em circulos, uma hora em que a pampa velha branca quase caía na ribanceira eu hesitei em parar e tentar manobrar, segui virando, descendo, e a decisão de não dar marchá ré e seguir, deu certo; Acordei. 

Este sonho teve tantas coisas simbólicas que marcou o outro início dessa viagem, que já está retomada fisicamente, sempre seguiu espiritualmente, o caminhar do nome desse blogui que significa sentir, só se senti se permitindo sentir, so se senti sonhando, Vivendo. Disse-me Victor Hugo esses dias quando eu pensava no quanto os sonhos que temos, tanto dormindo quanto acordados, estão criando as realidades: “Não há nada como o sonho para criar o futuro, utopia hoje, carne e osso amanhã"


Beijos neste dia 25, aos 25 anos, de sonho e de luta, e de América do Sul! 
Diogo

Venezuela - A revolução não será televisionada

A minha dica de película para este fim de semana é o documentário "A revolução não será televisionada", produzido por dois irlandeses que estavam na Venezuela fazendo outro documentário quando estourou o golpe de estado em abril de 2002, articulado, apoiado e reconhecido imediatamente pelos Estados Unidos, sancionado por toda a grande mídia latino-americana e mundial, a rede globo no Brasil por exemplo publicou no mesmo dia no seu jornal nacional que o presidente Hugo Chavez havia renunciado reproduzindo as mentiras e ocultando os fatos.. A resposta do povo venezuelano foi imediata, em três dias o presidente eleito pela maioria da população da Venezuela Hugo Chavez que havia sido sequestrado voltava ao poder. Golpe nos mesmos moldes do golpe de agora em 2009 em Honduras, com suas distinções que fizeram com que o golpe na Venezuela durasse 3 dias e de Honduras ainda se arrastar por mais de 3 meses.
O documentário é de suma iomportância para se entender o papel sempre golpista dos meios de comunicações que defendem o interesse do proprietário do meio e dos proprietários dos países, e mostra o quanto o povo da Venezuela vêm atingindo uma maturidade política cada vez maior fazendo e sustendado a revolução social em curso no país. Entenda porque Hugo Chavez não renovou a licensa da "rede globo venezuelana", que deu o golpe de estado junto aos empresários e os EUA.

Pra quem já viu re-ver, pra quem não viu ver no mínimo uma vez, para todos propagarmos, pois assim como o ZEITGEIST, não se encontra em locadoras ou na TV esse tipo de informação real! Vencedor de 19 prêmios internacionais:





Para fazer o download completo:
http://www.megaupload.com/?d=J48P75FL



beijos
Diogo

A revolução não será televisionada


(The revolution will not be televised) Documentário. 2003. Irlanda. 


O documentário A revolução não será televisionada, filmado e dirigido pelos irlandeses Kim Bartley e Donnacha O’Briain, apresenta os acontecimentos do golpe contra o governo do presidente Hugo Chávez, em abril de 2002, na Venezuela. Os dois cineastas estavam na Venezuela realizando, desde setembro de 2001, um documentário sobre o presidente Hugo Chavez e o governo bolivariano quando, surpreendidos pelos momentos de preparação e desencadeamento do golpe, puderam registrar, inclusive no interior do Palácio Miraflores, seus instantes decisivos, respondido e esmagado pela espetacular reação do povo. 


É apresentado o cenário em que se desencadeiam os acontecimentos de abril de 2002. A Venezuela está entre os cinco maiores países produtores de petróleo do mundo, sendo um dos maiores fornecedores dos Estados Unidos. Ao assumir a presidência, em 1998, Hugo Chavez passou a defender a distribuição dos rendimentos auferidos com o petróleo para investimentos sociais voltados à maioria do povo e intensificou as críticas às políticas liberais inspiradas nos EUA, o que levantou a ira das classes dominantes locais e do imperialismo norte-americano, acostumados a governos submissos. 


A partir de então, o governo de Hugo Chavez e a “revolução bolivariana” passariam a enfrentar, diariamente, uma verdadeira cruzada na mídia empreendida pelos cinco canais de televisão privada do país. A cruzada foi respondida com o avanço da mobilização e a organização da grande massa de explorados do país, abrangendo mais de 80% da população pobre. Em 1999 foi aprovada, por meio de referendo popular, a nova Constituição da Venezuela. Ela ampliou a participação política das massas populares através da organização dos círculos bolivarianos pelos bairros e favelas. 

Com bastante propriedade, o documentário consegue mostrar a permanente campanha de mentiras urdida pelos meios de comunicação contra o governo de Hugo Chavez, as relações da grande mídia com a elite econômica, militares dissidentes e a articulação dos EUA na manipulação dos fatos. Evidencia também a intervenção direta do imperialismo norte-americano na organização do golpe, em sua preparação e organização na embaixada americana em Caracas que foi, posteriormente, comprovada com documentos. Como disse o então diretor da CIA George Tenet, em entrevista na TV Venezuelana, dias antes do golpe, Chavez “não está preocupado com os interesses dos EUA”. 

As articulações que envolveram a grande mídia na tentativa golpista foram por ela mesma reveladas, momentos depois de empossarem Pedro Carmona. Momentos, aliás, muito bem registrados no documentário: mostram a arrogância do procurador, designado por Carmona, ao anunciar a dissolução do Congresso, da Corte Suprema e revogar a Constituição, e depois de algumas horas, todo assustado, ao ser preso, num canto de uma sala do palácio. 


Outro aspecto importante do documentário é a revelação da manipulação dos canais de televisão comerciais sobre os responsáveis pelos assassinatos dos manifestantes em 11 de abril de 2002. Todos os canais privados de televisão que, junto à imprensa escrita e radiofônica, justificaram o golpe de estado de 11 de abril com uma edição de imagens em que aparece um grupo de apoiadores de Chavez, situados na Ponte Llaguno de Caracas, realizando disparos. Estas imagens foram utilizadas para afirmar que "Chávez foi quem ordenou disparar contra a multidão". "A revolução não será televisionada" demonstra, ao apresentar a edição completa da seqüência de imagens (manipulada na edição das TVs), que os grupos situados sobre a Ponte Llaguno de Caracas respondem ao fogo de franco-atiradores (estes sim atiram nos manifestantes) e não disparam sobre os manifestantes. 


O ponto alto do documentário é registrar a força das massas exploradas que derrotam os golpistas e restituem o governo a Hugo Chavez. O povo enfrentou e passou por cima de toda a mentira, fraude, manipulação da informação, da repressão iminente e mostrou que é mais forte. Não aceitou as “notícias”, recusou-as e saiu às ruas na manhã de sábado, 13 de abril, para denunciar que Chavez “não renunciou! Está seqüestrado!” e “não te queremos Carmona! Ladrão!”. Centenas de milhares de pessoas nas ruas cercam o Palácio Miraflores para exigir “Queremos a Chavez!” e clamar “Chavez amigo, o povo está contigo!”. 


Um ponto importante a ser identificado e debatido: durante a noite do dia 11 de abril e na madrugada do dia 12, o Palácio Miraflores foi cercado e os golpistas ameaçaram bombardeá-lo caso Chavez não renunciasse. 
 
Chavez resistia e afirmara que não renunciaria. As horas passam e o prazo dado pelos golpistas estava por terminar. A maioria do governo considerou que não havia saída: “O jogo acabou... é a vitória da morte” afirmara seu Ministro do Desenvolvimento. O Conselheiro Político expressou que “os adversários eram muito poderosos e não deu tempo... Não organizamos uma política de comunicações”. Por volta das 3:30 h da madrugada, Chavez comunica que sairia e se entregaria, mas sem renunciar, para ficar claro que se tratava de um golpe. Um sinal de que aquele não seria o desfecho final é manifestado pelo próprio Chavez, na saída do Palácio, diante da afirmação de um aliado que grita: “Presidente voltaremos”. Chavez afirma “Ora! Nem fomos embora”. 

Porém a decisão de se retirar e ceder às chantagens revela uma certa subestimação da capacidade do povo empreender resistências vigorosas e múltiplas a ponto de derrotar os golpistas. E mais: indica que a organização das massas exploradas para resistir a estas situações não era uma possibilidade presente na consciência política das forças que apóiam o governo de Hugo Chavez. Portanto, não poderiam vislumbrá-la e dela lançar mão. Apenas se conformaram: “Não havia saída”, “O jogo acabou”. Para eles, não faltava uma política para organizar as classes dominadas, mas sim o que “não organizamos [foi] uma política de comunicações”.





A preparação e organização dos trabalhadores e das massas populares para fazer frente ao antagonismo das classes dominantes e do imperialismo norte-americano, que a luta de classes coloca na ordem do dia, não pode depender da iniciativa “espontânea” das massas exploradas. O fato de, neste episódio, elas terem se levantado e vencido o golpe não poderia justificar a manutenção desse nível de organização política. Debilidade que se evidenciaria perigosa para a defesa dos interesses do povo venezuelano. 


Estes pontos estimulam todos os revolucionários e verdadeiros democratas a refletirem sobre a luta antiimperialista. A experiência recente da América Latina é rica neste sentido. Cabe aprender com os erros e não se contentar com as insuficiências que batalhas vitoriosas possam ocultar, desviando o povo do caminho da luta pela libertação nacional.
 
Ao contrário dos governos que estão até a alma comprometidos em garantir os interesses do capital financeiro internacional, o governo Chavez segue tomando medidas que atingem o imperialismo e as classes dominantes da Venezuela. Os acontecimentos registrados pelo documentário levaram o presidente Hugo Chavez e a maioria de seu governo a avançarem e implementarem medidas de estímulo à organização política do povo venezuelano a fim de resistir à ofensiva do imperialismo e impulsionar a “revolução bolivariana”.


Ficha Técnica:
Filmado e dirigido por: Kim Bartley e Donnacha O’Briain
Produção: Power Picture associada à Agencia de Cinema da Irlanda
Edição: Angel H. Zoido
Produtor Executivo: Rod Stonemann
Produzido por: David Power
Irlanda, 2003.
Duração:74 minutos, legendas em português.

Saramago: "Bíblia tem coisas admiráveis"




A Bíblia "tem coisas admiráveis do ponto de vista literário" e "muita coisa que vale a pena ler", disse esta quarta-feira José Saramago, em resposta a críticas de que foi alvo devido ao seu último livro, "Caim". O Prémio Nobel citou o livro dos Salmos, "com páginas belíssimas", o Cântico dos Cânticos, ou a parábola do semeador contada por Jesus. Mas Saramago reafirmou que "na Bíblia há incestos, violência de todo o tipo, carnificinas, etc. É uma verdade inquestionável". 


"Todo este alvoroço não se levantou por causa do livro", disse Saramago, "mas por causa de palavras que eu disse em Penafiel." O escritor criticou a Igreja, que, na sua opinião, "reagiu de forma algo disparatada. Aquilo que eles querem e não conseguem seria colocar ao lado de cada leitor da Bíblia um teólogo que lhes diga que aquilo não é bem assim. O sentido que tem não convém e por isso arranja-se um outro sentido. Mas eu leio apenas aquilo que lá está". 

Referindo-se ao seu último romance, Saramago disse que ele não teria existido "se o episódio de Caim e Abel não estivesse na Bíblia onde mostra a crueldade de Deus. Um Deus rancoroso, vingativo e má pessoa. Não há que ter confiança no Deus da Bíblia".
Assumindo-se como ateu - "que já é um acto de sensatez" - o escritor ressalvou que "não há ateus absolutos" e que muitos dos valores que interiorizou ao longo da vida "são cristãos".
"Há pessoas que dizem que tenho coragem. Não sou cobarde, mas a segunda razão forte para ter escrito é que já não há fogueiras [da Inquisição]", admitiu. 

Perguntado se num próximo livro iria falar do Corão, Saramago respondeu que "Não tenho a intenção de abordar o Corão, tenho mais que fazer, estou a escrever outro livro que não será tão polémico como este". 

Depois do lançamento em Penafiel, "Caim" vai ter outro em Lisboa, previsto para dia 30 de Outubro, às 18h30, na Culturgest, com a presença do autor na sessão de entrada livre. 

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Fonte: Esquerda.Net







Saramago quer 'Caim' livro em vez de um caso político
por JOÃO CÉU E SILVA


O Nobel gostaria que o livro fosse mais lido em Portugal e menos criticado por quem ainda não o fez. Zeferino Coelho anunciou negociações de direitos que garantem uma grande difusão mundial.

Caim pode ser a continuação do tema tratado no Evangelho segundo Jesus Cristo, mas José Saramago não quer o novo livro politiza-do. Quando ontem o questionaram sobre o que pensava das declarações do eurodeputado do PSD, Mário David, o Nobel da Literatura só abriu a boca para comentar: "Nada a dizer." 

Nem comentou a declaração da também eurodeputada do PS Edite Estrela, em que acusava o social-democrata de ter uma "atitude inquisitorial" ao criticar o escritor pelas suas posições contra a Bíblia (ler caixa). A razão é simples, Saramago quer que Caim seja a sua opinião sobre o Antigo Testamento, tal como o Evangelho foi sobre o Novo Testamento, e visto como um trabalho literário em vez de palco de arengas político-religiosas. 

Curiosamente, depois das invectivas proferidas em Penafiel, o escritor encaminhava as suas declarações, sempre que possível, para o seu Caim, enquanto a Bíblia só aparecia quando necessária. 

Nem mesmo quando jornalistas de vários países o questionaram, no auditório do Grupo LeYa, sobre a polémica, Saramago quis levar a sua opinião para territórios menos sólidos. Podiam ser o jornalista suíço, espanhol ou francês, as três televisões nacionais em directo e a CNN ou os profissionais mais entendidos em questões religiosas a crivá-lo de perguntas, José Saramago não abandonava a tese de que Caim é um livro e que ninguém fala dele com esse estatuto; que da Bíblia ninguém pode ignorar a sua crueldade e carnificina e que todos sabem que é assim. 


Surpreendentemente, o mais polémico dos escritores portugueses resistia a deixas fáceis e criticava quem as tem: "Há qualquer coisa estranha. As pessoas são incapazes de controlar os seus impulsos." Tudo isto porque foram para ele inesperadas as "reacções dos católicos porque eles não lêem a Bíblia".


Saramago compreende essa faceta dos católicos, porque "ninguém vai ler a Bíblia por devoção", principalmente o Antigo Testamento. Considerou--se pouco ingénuo, mesmo quando muitos dos que o criticam, entre eles D. Manuel Clemente, assim o referem. "Dizem que li a Bíblia com ingenuidade porque é necessário fazer uma interpretação simbólica, ou seja, aquilo que ali está escrito não tem sentido por si. E levou mil anos a ser escrito!"
Saramago esclarece que não escolheu Caim em vez de Abel por acaso: "É que ele acompanha-me há muitos anos. Li o Livro de Job, o Cântico dos Cânticos, o Livro dos Salmos, mas Caim sempre me foi estranho por Deus ter aceite um sacrifício que nenhum teólogo pode explicar." Tal como não compreende porque é que Deus, "que criou a humanidade, a mata mais tarde com o dilúvio". 


Saramago considera que a conclusão a tirar desta polémica é apenas uma: "Na Igreja ninguém toca." Contrapõe: "Isso é o que pensa a Igreja!" Continua: "O Deus da Bíblia não é de fiar"; a "Bíblia é um rosário de incongruências"; a "Bíblia é um livro sagrado e nenhum dos meus o é"; a Bíblia "não é uma invenção minha"...


No final, Saramago acabou por confessar os seus votos perante esta crise nacional provocada por Caim: "Desejava que os ventos acalmassem e que o livro possa ser uma obra literária" e que a contestação religiosa não se transforme "em insulto ao autor". Não se ficou por aí ao expor a sua situação perante a religião: "Eu sou ateu mas capaz de ser sensato"; "Só o ser ateu é uma mostra de sensatez"; "Não há ateus absolutos porque não existem sociedades onde Deus não tivesse entrado. Posso rejeitar mas está cá e não posso apagar Deus ao dizer que não existe."


Antes de dar por encerrado o encontro com a imprensa ainda fez uma revelação: "Há pessoas que dizem que tenho coragem. Não sou cobarde, mas a segunda razão forte para ter escrito é que já não há fogueiras da Inquisição." Não se despediu sem recordar que outros escritores antes se inspiraram nos textos bíblicos: Thomas Mann e Byron.
 
Outros links:

Mensagem de Honduras - Entenda o Golpe



"Preferimos morrer de pé do que viver de joelhos. Resistir é vencer"


Neste artigo realiza-se uma análise detalhada da atualidade de Honduras e do poder que têm os golpistas e os empresários que sustentam o regime de facto.

Frente al golpe, la misión es multiplicar la resistencia


Escrito por: Ricardo Arturo Salgado 
Tradução: Diogo Ramalho

Apesar de estar claro há muito tempo que os golpistas são enganadores de grande vôo, a gente crê na opção do diálogo como uma via para acertar as contas de uma crise que já impactou todas as esferas da sociedade hondurenha, e o que conhecíamos como “vida normal” deixou de existir.

Muitos vêem com entusiasmo o avanço do que consideram encenações dos golpistas das quais o presidente se mostra benévolo e ingênuo. Dar tempo aos golpistas é cair na sua armadilha, afirmam com muita convicção e impaciência companheiros que amadureceram na resistência das manifestações e repressões.

Não quero cair em conformismo nem ingenuidade, porém acredito que o presidente Zelaya entende a natureza da gravidade da situação; em Honduras não se enfrentam duas forças equilibradas, nem os número sobre as forças armadas são os mesmos conhecidos antes do golpe. Por isso um passo em falso pode ser catastrófico e desembocar uma tragédia para o povo hondureño.

Vale a pena que nos coloquemos a pensar um pouco sobre alguns aspectos gerais que devem ser levados em conta para analizar a situação no campo das ações. O primeiro é a capacidade de mobilização que as forças armadas tem demonstrado por mais de 100 dias. Se está certo que a resistência tem prolongado suas ações heróicas por este período de tempo, também é certo que devemos avaliar essa capacidade e disposição dos militares.

A quantidade de efetivo, armamento, combustível, alimentos; o custo de armamentos modernos ( o “canhão de dor” foi estreiado pelos gringos no Iraque a menos de dois anos ). Também deve chamar a atenção a ferocidade com que reprimem, que mais parece ter saído de um livro de terror. A brutalidade parece vir de algo mais intenso que o ódio mesmo. Sem lugar para dúvidas existe algo que devemos descobrir e ver com a objetividade que requer o caso.

Fixemos-nos nas coisas que parecem parte do quebra cabeça macabro com as peças: Jorge Canahuati Larach é dono do Jornal La Prensa, Laboratórios Finlay, e se dedica também ao tráfico de armas; Carlos Flores Facussé, dono do Jornal La Tribuna e do Partido Liberal de Honduras (desconhecemos sua participação em outros negócios); Ricardo Maduro Joest, representante do capital salvadorenho em nosso país, com vínculos com meios de comunicação, bancos, imobiliárias e outros interesses em Honduras e América Central. Somamos a outros ilustres cavalheiros, Elias Asfura, com interesses nos setores farmacêuticos e de comunicações; José Rafael Ferrari, chefe da máfia dos meios de comunicação e de desinformação, conectado com o setor bancário, seguradoras e outros; Camilo Atala, banqueiro ex-assessor financeiro de Maduro Joest no seu período presidencial.

Estamos aqui na presença dos representantes mais importantes do capital transnacional no país. As conexões financeiras e de negócios destes tipos com as burguesias continentais são múltiplas. Esta mesma burguesia que vê ameaçado seus interesses em todos os países do continente aonde agora se promovem mudanças populares importantes.

É difícil concluir que esta conspiração se formou sem a participação de todo esse poder e seus recursos. Pelo contrário, fica claro que o desafio constante de Micheletti e seus comparsas perante o mundo, estão respaldados por esse “governo” privado que funciona em paralelo aos estados legítimos da América Latina e que conspiram e bombardeiam diariamente aos governos populares em nossa região.

No caso do combustível, as transnacionais vêm perdendo terreno em todos os países ricos em este recurso, por não ter incoveniente em dar seu decidido apoio ao que perfeitamente pode converter-se em um modus operandi em todo o hemisfério.

Acontece que o Pentágono, controlado por gaviões, representantes dos interesses petroleiros e farmacêuticos, tem funcionado unicamente como coordenador de uma iniciativa mais ampla surgida da direita que não está em posição de ceder um passo de terreno.

Agora sim, podemos explicar a arrogância e capaciadade demonstrada pelo regime de facto; sua impertinência desafiante frante a comunidade internacional; seu total desinteresse em respeitar aos direitos humanos ou a liberdade de expressão, sua capacidade de mobilizar recursos para modelar a opinião pública mundial; sua habilidade para encontrar as pessoas e instituições ideais para levar adiante seu plano.

Aqui podemos também explicar porque, dês do principio, os Estados Unidos moveram Oscar Arias para que este metesse no mesmo saco aos criminosos golpistas com as autoridades legitimas do país. Dês do principio, de forma velada, reconheceram o golpe e o regime resultante dele. A OEA desde então inclinou-se mais para o pacto de San José, que por executar as resoluções próprias de final de junho aonde se exigiam a restituição imediata e incondicional do presidente Zelaya.

A ONU também tem propagado este famoso pacto, ignorando sua resolução de 30 de junho, que contempla as mesmas exigências que a OEA. O mesmo governo gringo evitou a responsabilidade de declarar os eventos do 28 de junho como um golpe militar, apesar do porta voz da policia hondurenha admitir.

Por outro lado, é interessante ver como jornalistas extrangeiros de agências como AFP, AP, Reuters, Notimes, e outras, apesar de presenciar as ações cotidianas de repressão, publicam notas complementamente distorcidas da realidade que estão testemunhando. É possível que suas notas sejam escritas pelos editores dos respectivos meios de comunicação. O fato é que existe uma percepção mundial de que aqui o que temos é um encontro de dois grupos de igual condição, fanatismo, e periculosidade. A nós nos chamam de zelayistas. Vejo que este termo não saí das estéreis mentes de Rodrigo Wong Arévalo, Renato Alvarez o Armando Villanueva, vêm dos profissionais da desinformação contratados pela CEAL (Conselho de Empresas de América Latina).

É também interessante como a SIP se mostra tímida e intolerante com o fechamento dos meios de comunicação e a repressão a jornalistas, quando todos temos visto a ferocidade com que atacam a outros governos da área por ações muito mais soberanas.

Em conclusão, este golpe de estado não foi obra de um grupo isolado de oligarcas hondurenhos; eles são os autores materiais; para encontrar os autores intelectuais tem que seguir a pista do dinheiro. Em Honduras se faz uma luta de interesses muito forte com uma direita decidida a tudo, e um povo latinoamericano obrigado a resistir e partir para a ofensiva.

Ao regime facista só podemos derrubar se o atacarmos continuamente por dentro, e exercermos suficiente pressão sobre a comunidade internacional para que tenha um papel decisivo em este caso. É importante manter e aumentar a quantidade de denúncias. Temos que encontrar uma maneira para que se saiba a verdade; que seja esta verdade que faça com que os povos pressionem a seus governos a serem mais determinantes em suas ações.

É importante, quando falamos de participação internacional, não confundir pressão com intervenção militar. A direita aposta em esta intervenção militar. As experiências anteriores demonstraram que as forças “libertadoras” se convertem rapidamente em forças de ocupação, que culminavam na tarefa repressora não concluída pelo exercito local.

A opção mais conveniente para a pressão internacional para nosso povo é um bloqueio comercial, financeiro que feche toda possibilidade de acesso a recursos e equipamentos para os fascistas. O bloqueio comercial representaria sem sombra de dúvidas um impacto demolidor para o regime. Hoje, por exemplo, todos os dias, especialmente pelas noites, há atividades de aviões de carga nos aeroportos de Honduras. Os golpistas se preparam para resistir, com o bloqueio isto cessaria.

Isso não quer dizer que devemos deixar a outros a tarefa histórica que nos corresponde somente a nós. Devemos empreender ações diversas, não violentas, para expressar nossa descontentação. Recordar a todos que não há nenhum momento em que esquecemos dos crimes que temos sido vitimas. Se vamos boicotar as eleições devemos começar a trabalhar na resistência permanente já. Esse é o chamado do presidente Zelaya, pronunciado a noite.

O presidente constitucional e legítimo entende todas as variáveis que afetam a complexa situação hondurenha. Nós devemos integrar-nos com entusiasmo, valor, disciplina e criatividade à resistência. Devemos deixar para traz divisões provocadas por interesses da oligarquia e passar a assumir nossa posição como o “povo de Morazán”.

Seguimos firmes a diante, até a vitória. Não devemos deixar que nos desmoralizem a campanha dos assassinos!

Somos mais que eles, muitos, muitos, somos um grande povo que não se deixa enganar. Nem a açõa dos traidores deterá nossa marcha inexorável.

Até a vitória sempre!




Retirado de: Resumen Latinoamericano 
Tradução de Diogo Raimundo Ramalho - Estudante da graduação em Letras Espanhol da Universidade de Brasília.


O Meu Menino Jesus


Para complementar a última postagem sobre a entrevista do Saramago e suas declarações no lançamento da sua nova polêmica obra "Caim", segue abaixo o poema do sábio heterônimo de Fernando Pessoa - Alberto Caeiro, descrevendo o seu Menino Jesus, "Humano, tão Humano que Divino", completamente diferente daquele Cristo "eternamente pregado lá na cruz, que sequer pudera ter pai",  filho de um Deus vingativo e demasiado reprodutor das mazelas humanas, "um velho estúpido e doente, sempre a escarrar para o chão, e a dizer indecências".
O meu Menino Jesus é esse aí também, que Alberto Caeiro, um dos mais sábios dos heterônimos, tão genialmente e com tanta sensibilidade o revelou:

Poema do Menino Jesus
Alberto Caeiro
Fernando Pessoa


Num meio-dia de fim de Primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se de longe.
Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
No céu tudo era falso, tudo em desacordo
Com flores e árvores e pedras.
No céu tinha que estar sempre sério
E de vez em quando de se tornar outra vez homem
E subir para a cruz, e estar sempre a morrer
Com uma coroa toda à roda de espinhos
E os pés espetados por um prego com cabeça,
E até com um trapo à roda da cintura
Como os pretos nas ilustrações.
Nem sequer o deixavam ter pai e mãe
Como as outras crianças.
O seu pai era duas pessoas -
Um velho chamado José, que era carpinteiro,
E que não era pai dele;
E o outro pai era uma pomba estúpida,
A única pomba feia do mundo
Porque nem era do mundo nem era pomba.
E a sua mãe não tinha amado antes de o ter.
Não era mulher: era uma mala
Em que ele tinha vindo do céu.
E queriam que ele, que só nascera da mãe,
E que nunca tivera pai para amar com respeito,
Pregasse a bondade e a justiça!
Um dia que Deus estava a dormir
E o Espírito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o Sol
E desceu no primeiro raio que apanhou.
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras aos burros,
Rouba a fruta dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E que toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas
Que vão em ranchos pelas estradas
Com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.
A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
E olha devagar para elas.
Diz-me muito mal de Deus.
Diz que ele é um velho estúpido e doente,
Sempre a escarrar para o chão
E a dizer indecências.
A Virgem Maria leva as tardes da eternidade a fazer meia.
E o Espírito Santo coça-se com o bico
E empoleira-se nas cadeiras e suja-as.
Tudo no céu é estúpido como a Igreja Católica.
Diz-me que Deus não percebe nada
Das coisas que criou -
"Se é que ele as criou, do que duvido." -
"Ele diz por exemplo, que os seres cantam a sua glória,
Mas os seres não cantam nada.
Se cantassem seriam cantores.
Os seres existem e mais nada,
E por isso se chamam seres."
E depois, cansado de dizer mal de Deus,
O Menino Jesus adormece nos meus braços
E eu levo-o ao colo para casa.
Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é o humano que é natural.
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.
E a criança tão humana que é divina
É esta minha quotidiana vida de poeta,
E é por que ele anda sempre comigo que eu sou poeta sempre.
E que o meu mínimo olhar
Me enche de sensação,
E o mais pequeno som, seja do que for,
Parece falar comigo.
A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.
A Criança Eterna acompanha-me sempre.
A direcção do meu olhar é o seu dedo apontado.
O meu ouvido atento alegremente a todos os sons
São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas.
Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos e dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda.
Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas
No degrau da porta de casa,
Graves como convém a um deus e a um poeta,
E como se cada pedra
Fosse todo o universo
E fosse por isso um grande perigo para ela
Deixá-la cair no chão.
Depois eu conto-lhe histórias das coisas só dos homens
E ele sorri porque tudo é incrível.
Ri dos reis e dos que não são reis,
E tem pena de ouvir falar das guerras,
E dos comércios, e dos navios
Que ficam fumo no ar dos altos mares.
Porque ele sabe que tudo isso falta àquela verdade
Que uma flor tem ao florescer
E que anda com a luz do Sol
A variar os montes e os vales
E a fazer doer aos olhos dos muros caiados.
Depois ele adormece e eu deito-o.
Levo-o ao colo para dentro de casa
E deito-o, despindo-o lentamente
E como seguindo um ritual muito limpo
E todo materno até ele estar nu.
Ele dorme dentro da minha alma
E às vezes acorda de noite
E brinca com os meus sonhos.
Vira uns de pernas para o ar,
Põe uns em cima dos outros
E bate palmas sozinho
Sorrindo para o meu sono.
Quando eu morrer, filhinho,
Seja eu a criança, o mais pequeno.
Pega-me tu ao colo
E leva-me para dentro da tua casa.
Despe o meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é.
Esta é a história do meu Menino Jesus.
Por que razão que se perceba
Não há-de ser ela mais verdadeira
Que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam ?

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Baum né? Meu poema de cabeceira! Adoro recitá-lo! Abaixo Maria Bethania recitando-o!
beijus,
Diogo






“O filho de José e Maria nasceu como todos os filhos dos homens, sujo do sangue de sua mãe, viscoso das suas mucosidades e sofrendo em silêncio. Chorou porque o fizeram chorar, e chorará por esse mesmo e único motivo.” - José Saramago: O Evangelho segundo Jesus Cristo

Saramago: "Lê a Bíblia e perde a fé"



José Saramago afirmou este domingo, em Penafiel, que "a Bíblia é um manual de maus costumes, um catálogo de crueldade e do pior da natureza humana". O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa, Padre Manuel Morujão, classificou as declarações de José Saramago como uma "operação de publicidade" e considerou que não fica bem a um Prémio Nobel entrar em tom de "ofensa".
"Sobre o livro sagrado, eu costumo dizer: lê a Bíblia e perde a fé!", disse o escritor, numa entrevista concedida à Lusa, a propósito do lançamento mundial do seu novo livro, intitulado "Caim", que ocorreu domingo naquela cidade. 

"A Bíblia passou mil anos, dezenas de gerações, a ser escrita, mas sempre sob a dominante de um Deus cruel, invejoso e insuportável. É uma loucura!", afirma o Nobel da Literatura de 1998, para quem não existe nada de divino na Bíblia, nem no Corão. 

"O Corão, que foi escrito só em 30 anos, é a mesma coisa. Imaginar que o Corão e a Bíblia são de inspiração divina? Francamente! Como? Que canal de comunicação tinham Maomé ou os redactores da Bíblia com Deus, que lhes dizia ao ouvido o que deviam escrever? É absurdo. Nós somos manipulados e enganados desde que nascemos!" afirmou. 

Saramago sublinhou que "as guerras de religião estão na História, sabemos a tragédia que foram". 


Considerou que as Cruzadas são um crime do Cristianismo, morreram milhares e milhares de pessoas, culpados e inocentes, ao abrigo da palavra de ordem 'Deus o quer', tal como acontece hoje com a Jihad (Guerra Santa). 

Saramago lamenta que todo esse "horror" tenha feito em nome de "um Deus que não existe, nunca ninguém o viu". 

"O teólogo Hans Kung disse sobre isto uma frase que considero definitiva, que as religiões nunca serviram para aproximar os seres humanos uns dos outros. Só isto basta para acabar com isso de Deus", afirmou. 

Salientou ainda que "no Catolicismo os pecados são castigados com o Inferno eterno. Isto é completamente idiota!". 

"Nós, os humanos somos muito mais misericordiosos. Quando alguém comete um delito vai cinco, dez ou 15 anos para a prisão e depois é reintegrado na sociedade, se quer", disse.
"Mas há coisas muito mais idiotas, por exemplo: antes, na criação do Universo, Deus não fez nada. Depois, decidiu criar o Universo, não se sabe porquê, nem para quê. Fê-lo em seis dias, apenas seis dias. Descansou ao sétimo. Até hoje! Nunca mais fez nada! Isto tem algum sentido?", perguntou. 

Para José Saramago, "Deus só existe na nossa cabeça, é o único lugar em que nós podemos confrontar-nos com a ideia de Deus. É isso que tenho feito, na parte que me toca". 

Questionado sobre se tenciona ler "Caim", o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa disse que a nova obra de José Saramago não está entre as suas "prioridades". 

"Não está nas minhas prioridades a leitura desse livro, porque pela apresentação que aparece na Comunicação Social acho que é de alguém que não entende os géneros literários da bíblia", justificou. 

O padre Manuel Morujão adiantou que "a bíblia não tem só livros históricos como tem livros poéticos, livros sapienciais", sendo "evidente que não se vai interpretar poesia com critérios de história e vice-versa".



Abaixo ótima poesia de cordel em homenagem ao Saramago do Poeta Gustavo Dourado, fundador e diretor do Centro Acadêmico de Letras da UnB ao final da década de 70, escritor caminhante dessa vida!

cOrdEl paRa sAaraMAGO
Gustavo Dourado
José de Sousa Saramago
Foi mecânico...serralheiro
Desenhista, funcionário
Comunista timoneiro...
Um ateu que crê na vida:
Romancista, joalheiro...

Mestre José Saramago:
Dramaturgo e Escritor
Poeta e jornalista
Grande realizador...
De Portugal para o Mundo:
Romancista...Criador...

Em Azinhaga, nasceu:
No Ribatejo,Portugal
A 16 de novembro:
Deu-se o ato natal
Em 1922:
Tornou-se um ser real...

Ganhou o Prêmio Nobel
Por sua Literatura...
Prosador experiente
Transmutou a escritura
Buscou a Revolução:
Sem perder sua ternura...

Exerceu o Jornalismo
Ao Pessoa sempre leu
Romanceou o Poeta:
Sua arte bem teceu...
Muitos nele acreditam:
Mesmo sendo ele ateu...

Em 1946:
Publica "Terra do Pecado"
O seu primeiro romance:
Aos 25...foi editado...
Teve início a carreira:
De um escritor consagrado...

"Flor silvestre dos escombros":
Mago da Literatura
Leu Camões, Eça, Vieira
De Machado fez leitura
"Poética dos Cinco Sentidos":
Verve de poesia pura...

Gil Vicente...Fernão Lopes:
Saramago estudou...
Camilo, Almeida Garret
Sempre leu e pesquisou
A boa prosa portuguesa:
Saramago consultou...

"Don Giovanni ou O Dissoluto Absolvido":
O Canto da Ilha Desconhecida
Cadernos de Lanzarote
Nas artimanhas da vida
Ensaios Sobre a Lucidez:
Uma obra destemida...

Manual de Pintura e Caligrafia
Tem boa elaboração
Memorial do Convento
E "Levantado do Chão"
Ensaio Sobre a Cegueira:
Clareia a nossa visão...

O Ano da Morte de Ricardo Reis
E "O Homem Duplicado"
Todos os Nomes...A Caverna:
Tenho sempre consultado...
História do Cerco de Lisboa:
Na estante está guardado...

O Evangelho Segundo Jesus Cristo
Toca o meu coração...
Viagem a Portugal
Desperta-me a criação
Com "A Jangada de Pedra":
Fiz longa navegação...

Fez "Os Poemas Possíveis":
"Provavelmente Alegria"...
"Deste Mundo e do Outro":
Fez da prosa a poesia
"As Opiniões que o D.L teve":
"In Nome Dei"...Fantasia...

Que farei com este Livro?
"Objecto Quase"...Adiante
A Noite...Os Apontamentos:
"A Bagagem do Viajante"...
"A Segunda Vida de Francisco de Assis":
Saramago sempre avante...

"O Ano de 1993":
Saramago empreendeu...
No Partido Comunista
Ele nunca arrefeceu...
Crítico do Capitalismo:
Ao Homem não esqueceu...

Preocupa-se com a Língua:
É firme em sua mensagem
Quer um Mundo bem melhor:
Além da Terceira Margem...
Saramago nos encanta:
Com os mistérios da linguagem...



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Fontes:
Saramago: "Lê a Bíblia e perde a fé" - www.esquerda.net 
Poema Cordel para Saramago - www.gustavodourado.com.br/poesia.htm

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Beijus,
Diogo