Um Maravilhoso 2010

Um maravilhoso 2010 repleto de realizações, paz, amor, saúde para todos e todas!!

Que 2010 nosso país mude, que nos transformemos cada vez mais enquanto seres humanos e humanidade!

beijos e abraços com muito amor,

Diogo

PAULO OCTÁVIO: raio x da corrupção



Reportagem da Revista Época desta semana traz um apanhado do patrimônio do vice-governador Paulo Octávio e de como ele se fez na capital federal. Além disso traz informações sobre uma segunda operação da Polícia Federal, batizada de Tucunaré. Confira:

“Três adolescentes que andavam juntos em Brasília nos anos 60 ficaram conhecidos de todo o país pouco mais de duas décadas depois. Fernando Collor de Mello foi o primeiro presidente eleito depois da ditadura militar e sofreu impeachment pelo Congresso Nacional acusado de corrupção. Luiz Estevão entrou para a história como o primeiro senador cassado pelos colegas, também acusado de corrupção. Paulo Octávio Pereira, o terceiro da turma, foi parceiro dos outros dois na Operação Uruguai, a farsa montada para tentar salvar Collor, mas que desmoralizou a defesa do então presidente.
Atual vice-governador do Distrito Federal, Paulo Octávio tornou-se, até agora, um sobrevivente nesse roteiro. No mundo empresarial, ele criou um verdadeiro império em construção civil, hotelaria e comunicações, com movimento financeiro de bilhões de reais. Tornou-se um dos homens mais ricos de Brasília. Sua carreira política também é um sucesso: foi deputado federal e senador, antes de chegar ao segundo cargo mais importante do governo local. Agora, porém, seu império poderá ruir. Paulo Octávio é alvo de duas investigações da Polícia Federal, que juntaram provas surpreendentes nas apurações sobre corrupção na capital.
Uma delas é a Operação Caixa de Pandora, que expôs ao país imagens do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, secretários, deputados distritais e empresários pagando ou recebendo dinheiro em espécie. Em alguns vídeos, o personagem é Marcelo Carvalho, principal executivo dos negócios de Paulo Octávio. Ele fala em nome do chefe, negocia valores e faz confidências sobre a prestação de contas. A defesa de Paulo Octávio diz que ele não pode ser acusado, pois não surgiu nenhuma imagem em que ele apareça recebendo dinheiro. Essa versão não resiste a outra apuração da Polícia Federal, a Operação Tucunaré, mantida sob sigilo. De acordo com os investigadores, há vídeos em que Paulo Octávio distribui dinheiro a deputados aliados de Brasília.
A Operação Tucunaré começou na Polícia Civil do DF para investigar lavagem de dinheiro e evasão de divisas por doleiros. Ela foi assumida pela PF em junho deste ano, quando a polícia grampeou uma conversa entre o doleiro Fayed Trabously – personagem citado em escândalos do PMDB e do antigo PFL – e o policial aposentado Marcelo Toledo Watson. Tucunaré é o apelido de Toledo, policial que saiu da ativa, aos 28 anos, depois de ser baleado durante o resgate da filha do senador Luiz Estevão, vítima de um sequestro em 1997.
Toledo é um dos personagens chaves dos escândalos em Brasília. Vídeos gravados pelo delegado Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais do governo Arruda, exibem imagens em que Toledo entrega dinheiro a assessores de Arruda. Segundo as investigações, ele cumpria papel de leva e traz entre empresários e políticos. A Operação Tucunaré mostra que Toledo e alguns doleiros eram responsáveis por enviar parte da propina para o exterior.
Com a ajuda dos órgãos federais que rastreiam movimentações financeiras suspeitas, a Polícia Federal investigou como propinas pagas em Brasília foram parar em contas em outros países, atribuídas a Paulo Octávio. Por intermédio de seu advogado, Antônio Carlos Almeida Castro, o Kakay, Paulo Octávio disse que nunca distribuiu dinheiro para deputados. Ele afirma também que não há hipótese de aparecer em gravações com dinheiro e nega ter feito remessas ao exterior por meio de doleiros.

Durante as investigações, a PF tentou convencer Toledo a virar réu colaborador. Na semana passada, Toledo desistiu de ajudar. Segundo amigos de Durval, Toledo teria exigido – e conseguido – a prorrogação por mais um ano do contrato de uma agência de publicidade da qual seria sócio oculto com a Terracap, a estatal que administra as terras públicas do Distrito Federal. Há suspeitas de irregularidades nas prorrogações anteriores desse mesmo contrato, no valor de R$ 13,5 milhões, sob investigação no Tribunal de Contas do Distrito Federal.
As investigações da Caixa de Pandora também avançaram. Na operação de busca e apreensão no escritório de um secretário do governo de Arruda, foi encontrado um caderno com a contabilidade, escrita à mão, relativa a recebimentos e pagamentos. Uma perícia grafotécnica do Instituto de Criminalística da PF atestou que o autor dos registros foi o secretário. Essa informação consta do relatório enviado pela PF na quarta-feira ao Superior Tribunal de Justiça. Ali também ficou atestado que todas as gravações sobre o escândalo de Brasília entregues à polícia são autênticas, sem montagens. “É impressionante. Tudo o que averiguamos do que Durval nos disse está sendo confirmado”, afirmou a ÉPOCA um dos investigadores da Caixa de Pandora.

E o que Durval disse aos investigadores? Em primeiro lugar, que Arruda e Paulo Octávio, depois de acirrada disputa sobre quem seria candidato a governador em 2006, fizeram um acordo que incluía o rateio do dinheiro arrecadado com quem tem negócio com o governo do Distrito Federal. De acordo com Durval, o acerto era que o vice receberia um terço. Esse dinheiro seria embolsado por Paulo Octávio e usado para pagar aliados. Os outros dois terços seriam para Arruda. A movimentação desse dinheiro dos negócios privados com o governo de Brasília ocorreria praticamente todos os dias. Durval disse que a parte de Paulo Octávio, na maioria das vezes, era recebida por Toledo. Eventualmente, Marcelo Carvalho recolhia o dinheiro. Durval diz ter entregado pessoalmente o dinheiro em algumas oportunidades a Paulo Octávio.
Em um depoimento, Durval contou aos investigadores por que, em uma das gravações, Carvalho disse que Paulo Octávio era avarento e cobrava cada centavo. Segundo Durval, a cada vez que ele levava dinheiro a Paulo Octávio, era recebido numa suíte diferente do hotel Kubitschek Plaza – uma das propriedades de Paulo Octávio. Ali, segundo Durval, Paulo Octávio sempre reclamava que recebia menos do que o combinado. A divergência seria aritmética. O esquema estaria pagando a Paulo Octávio 30% do total, quando o acerto seria um terço, o equivalente a 33%. Num depoimento, Durval descreve uma ida ao Kubitschek. Segundo o advogado Kakay, Paulo Octávio confirma que se encontrou com Durval no Kubitschek Plaza, mas nega que tenha recebido dinheiro.
Paulo Octávio nasceu no município mineiro de Lavras e mudou-se para Brasília em 1962, aos 12 anos de idade. Amigos de adolescência dizem que ele sempre teve obsessão por ficar rico. Filho de um dentista de classe média, ainda jovem buscou dois caminhos: conquistar amigos de famílias ricas e ganhar dinheiro. Deu-se bem nas duas empreitadas.
Paulo Octávio começou a vida profissional com uma pastinha debaixo do braço, vendendo seguros. Depois virou corretor de imóveis, estabelecido em uma pequena sala comercial. Dali, partiu para construir seu império. Paulo Octávio mostrou-se um bom corretor em duas imobiliárias de Brasília. O primeiro lance de ousadia nos negócios com recursos públicos ocorreu quando ele se tornou genro do almirante Maximiano da Fonseca, ministro da Marinha no governo João Figueiredo (1979-1985). Paulo Octávio morou na casa oficial do sogro na Península dos Ministros, área mais nobre de Brasília. Na ocasião, associou-se ao empresário Sérgio Naya, que se tornou célebre por causa do desmoronamento do Edifício Palace II, no Rio de Janeiro. Juntos, os dois construíram o Hotel Saint Paul em Brasília. A Marinha comandada pelo almirante Maximiano da Fonseca comprou na planta 40 dos 272 apartamentos. Na sociedade com Naya, Paulo Octávio ficou dono de 15% do empreendimento. À época, os dois também exploravam no hotel a badalada boate Corte.
Com essas investidas, Paulo Octávio firmou-se como empresário. Seu grande salto nos negócios ocorreu anos depois, quando o amigo Fernando Collor se elegeu presidente da República. No governo Collor, Paulo Octávio indicou dirigentes na Funcef, o fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal, e conseguiu financiamento da instituição para três grandes investimentos em Brasília: o Hotel Blue Tree, o Brasília Shopping e uma superquadra em área nobre da cidade com 11 prédios residenciais, uma escola e um jardim de infância.

Auditorias internas da Caixa mostram que os negócios foram bons para Paulo Octávio e ruins para os mutuários. Segundo essas auditorias, ocorreram irregularidades em várias etapas dos empreendimentos: desde a formalização da parceria com a Funcef até a construção e venda dos imóveis, entre os anos 1994 e 1998. A avaliação dos auditores é que o prejuízo causado à Funcef deverá chegar a R$ 200 milhões. “A partir daí, ele ficou grande”, diz um dos principais concorrentes de Paulo Octávio desde aquela época. Para investigar as supostas irregularidades, foram abertos três inquéritos policiais que poderão resultar em denúncias do Ministério Público à Justiça.

Para ter uma ideia do império de Paulo Octávio, basta fazer um passeio pelas áreas valorizadas de Brasília. Algumas das mais vistosas obras da capital, como o Blue Tree, rebatizado Alvorada, o Centro de Eventos Brasil 21 e o Brasília Shopping, foram construídas por Paulo Octávio. Uma análise detalhada desses empreendimentos feita por ÉPOCA mostra que o crescimento do patrimônio de Paulo Octávio tem relação direta com decisões tomadas pela Câmara Legislativa do Distrito Federal, a mesma que frequenta o noticiário como balcão de negócios.
Mudanças na regras para o uso do solo aprovadas pelos deputados distritais permitiram ao grupo empresarial de Paulo Octávio realizar negócios milionários com terras públicas. Em 1995, a Paulo Octávio Investimentos Imobiliários comprou, em parceria com outros empresários, um terreno de 65.000 metros quadrados onde antes existia o Estádio Rei Pelé (ou Pelezão). O lote pertencia à Federação Brasiliense de Futebol e foi comprado por R$ 4 milhões. Graças a leis votadas pela Câmara Distrital depois dessa transação, o terreno originalmente destinado a atividades esportivas tornou-se área residencial. Pouco mais de um terço da propriedade foi vendido por Paulo Octávio, em maio do ano passado, por R$ 25 milhões a José Celso Gontijo, empresário flagrado em vídeo entregando dinheiro a Durval.

Outro exemplo é o Hotel Blue Tree. Banhado pelas águas do Lago Paranoá e vizinho ao Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, o complexo hoteleiro inaugurado em 2000 consumiu cerca de R$ 140 milhões. Recentemente, a empresa de Paulo Octávio finalizou a construção do complexo Brasil 21, com mais de 800 flats e 800 salas comerciais, localizado na cobiçada área central da cidade. Um dos principais beneficiados pelo boom imobiliário em Brasília, o grupo empresarial de Paulo Octávio divide atualmente as atenções entre o Península, um empreendimento residencial orçado em R$ 1,2 bilhão no bairro de classe média Águas Claras, nos arredores do Plano Piloto de Brasília, e o Shopping Iguatemi, investimento estimado em R$ 150 milhões, em parceria com o empresário Carlos Jereissati. O canteiro do Iguatemi fica no Lago Norte, bairro de Brasília onde há alguns anos existia o esqueleto de um centro comercial. Ele seria erguido pela LPS Empreendimentos e Participações, sociedade de empresas pertencentes a Luiz Estevão, Paulo Octávio e Sérgio Naya. A transação foi descrita por ÉPOCA na edição de maio de 2007.

Na Junta Comercial do DF, o nome de Paulo Octávio aparece atrelado diretamente a 12 empresas. As participações indiretas são mais de 30, de construtoras a concessionárias de automóveis e emissoras de rádio. A declaração de bens apresentada à Justiça Eleitoral por Paulo Octávio em 2006 soma R$ 323,5 milhões em bens, mas seu patrimônio evoluiu. Hoje, estima-se que chegue a R$ 700 milhões. As investigações que chegaram agora a Paulo Octávio estão mais adiantadas em relação às que apuram denúncias contra Arruda.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a Lei Orgânica do Distrito Federal. Essa lei dá à Câmara Legislativa a prerrogativa de autorizar a abertura de ação penal contra o governador. Na representação, Gurgel afirma que a lei é inconstitucional, porque a competência de decidir sobre ações penais contra governadores seria do Superior Tribunal de Justiça.

Na quinta-feira da semana passada, a procuradora Raquel Dogde, responsável pela investigação da Operação Caixa de Pandora, pediu ao STJ a quebra do sigilo bancário e fiscal de pessoas físicas e jurídicas investigadas, entre elas Arruda e Paulo Octávio. Dodge entendeu que há elementos suficientes para caracterizar desvio e apropriação de recursos públicos. No caso de Paulo Octávio, se os investigadores estiverem certos, o vice corre o risco de perder o mandato e de fazer companhia aos amigos de juventude que perderam mandatos por causa de denúncias de corrupção.”

Somente ao Papai Noel




Nós, os cidadãos do Distrito Federal diante de tamanha crise de corrupção caminhando à impunidade chegamos ao ponto de só termos ao papai noel para recorrermos e pedirmos justiça. As imagens, ao contrário do que disse o presidente Lula no começo da crise “de que não falam por si”, gritam, e envolvem os três poderes.

O Judiciário com Desembargadores e o próprio Procurador Geral do Distrito Federal, a quem caberia investigar toda a cinemateca de mais de 160 fitas gravadas pelo rorizista Durval Barbosa, são citados em gravações como beneficiados pelas mesadas pagas pelo DEM.

A Câmara de Deputados Distritais por sua vez, considerada por diversas pesquisas como o parlamento mais corrupto do país, tem dos seus 24 parlamentares 10 flagrados em vídeos e escutas recebendo dinheiro, colocando dinheiro nas meias, cuecas, bolsas e até mesmo rezando oração da propina, agradecendo o bondoso secretário de relações institucionais Durval por tantas dádivas. Dos 24 parlamentares 18 são da base do governo dos DEMO e já demonstraram com a CPI que investigará os últimos 18 anos de Governo do DF (leia-se, uma longa e grande pizza) e com o recesso que aprovaram até 11 de Janeiro, que defenderão o Governo e a impunidade a todo custo.

Já no poder executivo do ainda Governador Arruda e seu Vice Paulo Otávio que são os grandes chefes do crime organizado, Arruda é flagrado no único vídeo que ainda veio a tona recebendo maços de dinheiro e demonstrando o quanto aquele gesto é uma rotina em sua vida, o que justifica o aumento do seu patrimônio em mais de 1.000% em dois anos como Governador. Além do que a cinematografia de Durval revelou e ainda revelará, temos hoje no Distrito Federal uma quadrilha organizada em torno da corrupção da terra, massacrando índios originários e derrubando o cerrado para a construção de mais prédios da construtora do vice-governador, homem mais rico e poderoso do Distrito Federal.

Daí, visto o cenário dos três poderes envolvidos na máfia que assalta cotidianamente o dinheiro público do povo brasiliense, surge vez ou outra a sugestão de que os cidadãos brasilienses peçam socorro à intervenção do Governo Federal do PT, que inaugurou a palavra MENSALÃO lá em 2004 e que reinou na época a impunidade, visto que o Durval do PT, o Marcos Valério e toda a quadrilha que comprava empresários e parlamentares nunca foram punidos. Do mensalão do PT apenas 2 cabeças rolaram, do primeiro ministro na época José Dirceu e do denunciante do esquema, deputado Roberto Jéferson, ninguém foi preso e o “Deus Supremo” – STF cumpriu seu papel histórico de absolver os políticos corruptos. Daí a impossibilidade de se pedir uma intervenção de quem não tem moral nem ética suficiente para tal.

Já a opinião pública que é formada em grande parte pela mídia (o quarto poder), com essa muito menos podemos contar. Os dois maiores jornais da Capital, Correio Braziliense e Jornal de Brasília são e expressam a versão do Governador e Vice, e os grandes meios como a Rede Globo jogam lenha na fogueira constantemente, mas com o motivo estritamente financeiro. Quanto mais crise mais lucro. Mais o governo do GDF tem que gastar com publicidade para reverter a crise, e a prova disso são os anúncios do GDF nos canais de TV, Rádio e Jornais que quadruplicaram para tentar-se arrefecer no imaginário popular toda a corrupção que a capital da republica está mergulhada.

Além da verba publicitária que cresce com o aumento das denuncias, o Governo usa o Diário Oficial para dar gratificação aos policiais militares que há poucos dias atrás reprimiram de maneira desproporcional, com cavalos e muita cacetada, um protesto que pedia a punição de todos os envolvidos. Simbolicamente o governo estimula a perseguição, espionagem e violência em torno dos movimentos sociais e atores envolvidos na luta por moralidade.

Visto todo esse cenário, nós, cidadãos do Distrito Federal só temos ao Papai Noel para recorrer. A corrupção instalada hoje na capital que abraça os atores dos quatro poderes nos deixa sem ter a quem recorrer. O único a se fazer é ir para a luta direta contra a ditadura da democracia, do poder econômico que a tudo compra e corrompe, menos a consciência do povo que trabalha honestamente e quer que esse país mude, a revolta popular. Justiça, o fim de pizzas de panetones.


Diogo Raimundo Ramalho – Estudante de Letras da Universidade de Brasília

Festinha hoje Sábado

Festa d@s Sagitarian@s e Resistentes

Olá pessoal,

depois de tantas lutas, ocupações e resistências chegou o momento de descontrairmos um pouco e reforçar as energias para as próximas semanas de lutas.

Hoje sabadão comemoraremos o aniversário do Rafa Kaos, Diogo, Lenina, Marina, João Gabriel e outros e outras sagitarianas. Se você é membro desse maravilhoso signo venha comemorar conosco também. Festa para comemorarmos também as resistências na FUNAI, na Câmara e agora nas ruas.

A festa começa a partir das 20:00h do sábado e vai domingo a dentro.. Muita música ao vivo, fogueira e cachoeira no domingo de-manhãzinha para renovarmos nossas forças! Domingo tem almoço coletivo também!

Traga as bebidas e comidas que for consumir nessa morada por aqui! Traga também instrumentos musicais e claro, muita alegria!

Abaixo o mapinha muito bem explicadinho de como chegar.. Haverá sinalização com pano branco na estrada de terra para facilitar mais a chegada!

Ocupem e Residam!

Beijos e abraços de luta!
Diogo Ramalho - Estudante de Letras Espanhol
Sagitariano de 06 de Dezembro! 26 aninhos!
8214-6812

Charge da Ditadura do Arruda e Paulo Otávio


Travessia Feita

25 anos, idade mais miraculosa de todas desse um quarto de século vivido..
1 amor, 2 grandes viagens, 3 ocupações, diversos sonhos e presentes!
O Rio, caminho do Mar!
Bem vindo 26!

O Governo dos DEMO em oração da propina




No dia do Evangelico, feriado em Brasília, eis que mais um vídeo vêm a tona, a oração da propina, que pode ser assistido no link:  http://blogs.estadao.com.br/joao-bosco/category/df/

Parece piada né? E é, um grande deboche para com o povo brasileiro.Os bons senhores que arrecadam dinheiro para comprar Panetones e pagar Fotografias aos pobres para tirarem seus documentos, tá aí, vindo a tona a conta-gotas, Arrudão e todo o esquema de arrecadação da direita brasileira na capital da nação. Segundo nota de Arruda e Paulo Otávio publicada ontem, eles confiam na justiça.
Entenda também a perseguição sofrida pelos indígenas e a derrubada do Cerrado para a construção do bairro de alta classe econômica pela construtora de Paulo Otávio, ainda vice-governador do DF.




Dinheiro até na Meia do Presidente da Câmara dos Deputados Distritais:





Os crimes que vêm sendo cometidos a mando do Governo do Distrito Federal para expulsar os indígenas de suas terras:



Os tratores que estão destruíndo o cerrado a 100 metros do Santuário dos Pajes:




Fora Arruda, Paulo Otávio e toda a corja envolvida, incluíndo claro o senhor feudal RORIZÃO que não vê a hora de voltar!
Fim imediato do Setor Noroeste.
abraços de luta,
Diogo

NOSSO JORNAL - Cotas nas Universidades

Primeira Edição do NOSSO JORNAL, elaborado pelo Coletivo de Articulação em Defesa das Cotas Raciais e lançado na última sexta-feira, dia da Consciência Negra.





Abraços de luta,
Diogo Ramalho - Estudante de Letras Espanhol
Coletivo de Articulação em Defesa das Cotas - UnB
61-8214-6812

Viver é fazer travessias

88 dias depois que parti de Brasília, na sexta-feira 13 de novembro, eis que voltei ao ponto de partida, de onde saí no dia 18 de Agosto, viagem mais miraculosa e cheia de caminhos não previstos impossível, voltei para partir, quantas travessias profundas, quantos rios simbólicos e reais atravessei.


Não poderia imaginar quando sofria por ter que alterar meu caminho sonhado que seria levado a lugares e sentidos tão profundos, a vida brincou em mim como que se transpondo à outra fase, a simbólica idade 25 me puxou pra dentro de tudo o que fui antes para um quem sou, para a serenidade e para a certeza mais presente de que o presente é o instante que passa, que têm de ser agarrado, sentido, inspirado e expirado. 



Nietzsche me disse através de um escrito de um estudante de filosofia, pregado na parede da ocupação de 2009 - "Em última instância, ninguém pode escutar mais das coisas, livros incluídos, do que aquilo que já sabe. Não se tem ouvido para aquilo a que não se tem acesso a partir da EXPERIÊNCIA" 


É caminhando que se sente, caminhando por dentro de si, é dando valor a cada instante que se sente a vida."A vida só se dá para quem se deu" como disse Vinicius de Moraes.


Dia 06 de dezembro quando completo 26 anos volto a caminhar e daí volto a contar os causos que forem surgindo na miraculosidade dessa vida e suas caminhadas, é momento de sentir o cerrado, amar e  sentir esse ceúzão infinito e essa gente ensolarada.


Em breve estarei postando as fotos e escreverei sobre momentos desses 88 infinitos momentos!

beijos,

Diogo

A tragédia que simboliza a UNIBAN e Hitler Zangado!

 Eu estava andando e ouvi a notícia, voltei, cheguei perto da tv e não consegui acreditar no que eu tava vendo, as imagens mostravam toda uma "universidade" linchando em shopin público, quero dizer, praça pública uma estudante que decidiu usar um vestido mais ao seu gosto e que não agradou alguns e por isso foi sugerido até que fosse arrancado a roupa dela, uma coisa tipo o apedrejamento, insanidade. Segui incrédulo por esses dias e quando achava que tinha me assustado o bastante me assustei mais ao ver a decisão do conselho superior no fim de semana de expulsar a aluna. 

Hoje terça-feira o Reitor que Preside o Conselho voltou atraz diante da repercussão internacional de condenação ao episódio acadêmico-educador, e decidiu revogar o feito. 

Me pergunto que educação superior é essa que esse país está nos oferecendo, começamos a ver na prática o que a mercantilização da educação está causando naqueles que deveriam ser os jovens críticos da nação, mercantilização essa da educação nunca vista antes na história desse país como com o PT no poder, realmente Lula da Silva expandiu a educação, pagou 5 vezes mais do que custa um aluno no ensino público federal gratuito, aos empresários da educação que vendem diploma e estavam com vagas ociosas, comprou o silêncio das universidades públicas com o dinheiro do REUNI que prevê metas como o dobro de número de estudantes em 4 anos sem garantir infra-estrutura e professores mínimos para essa espansão às pressas, querendo provocar com isso um inchaço no ensino superior onde as salas de aula estão passando de 20 alunos para 70 a 100 alunos por sala, dentre outras precariedas que se alastram devido a falta de recursos para a expansão, que só se preocupa com os número para a próxima eleição.  

As políticas neo-liberais para a educação do país se aprofundaram e aceleraram o ritmo da mercantilização e deterioração da educação com a falsa bandeira do "para todos".


Abaixo video que me fez rir sem parar, uma paródia do Hitler muito puto de ter o epsódio da UNIBAN  comparado com o Nazismo, dizendo que eles nunca perseguiram mulheres, nunca perseguiram vestido!!! Baum demais da conta para depois de ter vontade de chorar de indignação pela intolerância, chorar de rir dessa trágedia! A Universidade só pode rimar com Liberdade, Liberdade de Pensamento, de Expressão, de Credos e não Credos, de expressão da Individualidade de cada um, qualquer Intolerância no ambiente Universitário é contraditório com tudo o que foi pensada para ser, o que é e o que têm de ser a Universidade.








bjos libertários, a favor das e dos peladões!
Diogo - Estudante da Universidade de Brasília, onde já corri pelado junto a outros e outras estudantes!

Bolívia: El Cocalero

A dica de documentário para este fim de semana é O COCALEIRO, do diretor Equatoriano Alejandro Landes, uma coprodução Bolívia-Argentina. O filme foi filmado por uma câmera de mão do diretor e traz a tona o interior da campanha que levou o aymara Evo Morales a ser o primeiro indigena eleito Presidente da Bolívia, país com 80% de sua população Indígena.


As filmagens iniciam-se 68 dias antes da eleição, o diretor comentou em entrevistas que no meio das filmagens foi suspeitado  por Evo que ele estivesse a serviço da CIA, e depois de passar 2 semanas impedido de filmar, Evo foi convencido do contrário e Alejandro pôde voltar a filmar os bastidores dos dias que antecederam a eleição. O filme mostra quem é o simples cocaleiro da região do Chapare, sindicalista, com toda uma história de vida muito dificil, pobre e sofrida, como a maioria absoluta da Bolívia, que venceu tantas lutas até a vitória da guerra da coca empregada pelos EUA.

A folha de coca para o Bolíviano é um símbolo religioso e cultural dos povos originários, usada a milênios para suportar-se as altas altitudes do alti-plano e com diversas outras finalidades religiosas e medicinais.

Marcante em vários momentos do país, usada para que os milhares de indígenas que padeceram em mais de 2 séculos da exploração espanhola das minas de Potosí conseguisem trabalhar por dias dentro das minas, até hoje importante para suportar a fome, o trabalho exessivo e até mesmo para uma leve dor de cabeça causada pela altitude, pois comprovadamente a folha de coca é benefica, além do significado sagrado que a Hoja de Coca tem, pois a mesma foi um presente da Pachamama, deusa dos Incas, Mãe Terra, que concebeu a folha de coca aos povos do alti-plana, folha essa, sagrada.

A folha de coca é completamente diferente da Pasta Base da Cocaína, são coisas completamente diferentes, a folha é um chá do povo boliviano, consumida como o café para os brasileiros; os Estados Unidos no entanto com seus governos locais por tanto tempo na América Latina e na Bolívia, que assassinaram lá atraz o Che e sempre saquearam as riquezas naturais da Bolívia, fazerem da Bolívia que é um país tão rico em diversidades minerais e naturais ter o povo mais pobre da América do Sul, estes EUA que sempre tiveram até a eleição de Evo em 2005 influência direta nas decisões do país, nomeando os ministros e os próprios presidentes, preferiu investir pelo baixo custo que ao mesmo tempo dava poder economico e força militar que sempre sustentou esses governos das elites locais, financiar des da década de 80 a guerra para erradicar a folha de Coca nos países produtores da folha, como Colômbia, Peru e Bolívia do que combater o seu tráfico e consumo internos, eis a Guerra da Coca.

Tentar erradicar a folha de coca para o povo boliviano foi uma insanidade tão grande quanto seria tentar erradicar o café para os brasileiros, sem levar em conta o sentido sagrado, medicinal e cultural da folha para os bolivianos, tal insanidade, depois do povo boliviano ter vencido diversas guerras entre 2000 a 2005, como a Guerra da Água e a Guerra do Gás contra a dominação extrangeira, a vitória da Guerra da Coca, vencida depois de muitas lutas e muitas mortes, foi expressa pelo povo nas urnas, dando pela primeira vez na história do país uma vitória por maioria absoluta a um presidente,  primeiro presidente indígena, o povo se elegendo para transformar a realidade.

O documentário é uma oportunidade única para conhecer-se um pouco da Bolívia e seu povo, um pouco da sua história recente e de quem é e o que materializa Evo Morales.  O documentário nos moldes do Entreatos de João Moreira Salles - 2004, que filmou a campanha presidêncial de Lula no Brasil, se diferencia por ser uma filmagem sem recursos e retratar uma campanha pobre e simples, ao mesmo tempo em que traz a visão dos cocaleros, campesinos e toda a euforia do clima do país com a  pespectiva da próximidade da vitória dos vencidos. Além de Evo, a lider sindical Leonilda Zuritam, co-protagoniza o documentário!

Sinta a Bolívia e seu povo, sinta um pouco dos momentos que antecederam o início simbolíco da Revolução  em curso, dos Povos Originários da Bolívia!

Filme com legenda em espanhol, da para entender bem escutando e lendo, ainda não achei com legenda em português, asism que achar adiciono nesta postagem:





Link do sítio do filme - http://www.cocalerofilm.com


Sinta e difunda,
Beijus,
Diogo

A você Presente!

A Vida


A vida são deveres, que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já é Natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida...

Quando se vê, passaram-se 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado..
Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava
o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca
dourada e inútil das horas...
Seguraria o meu amor, que está a muito à minha frente, e diria
EU TE AMO...
Dessa forma, eu digo: não deixe de fazer algo que gosta devido
à falta de tempo.

Não deixe de ter alguém ao seu lado
por puro medo de ser feliz.

A única falta que terás será desse tempo que infelizmente...
não voltará mais.


Quem Sabe um Dia

Quem Sabe um Dia
Quem sabe um dia
Quem sabe um seremos
Quem sabe um viveremos
Quem sabe um morreremos!

Quem é que
Quem é macho
Quem é fêmea
Quem é humano, apenas!

Sabe amar
Sabe de mim e de si
Sabe de nós
Sabe ser um!

Um dia
Um mês
Um ano
Um(a) vida!

Sentir primeiro, pensar depois
Perdoar primeiro, julgar depois
Amar primeiro, educar depois
Esquecer primeiro, aprender depois

Libertar primeiro, ensinar depois
Alimentar primeiro, cantar depois

Possuir primeiro, contemplar depois
Agir primeiro, julgar depois

Navegar primeiro, aportar depois
Viver primeiro, morrer depois 




Canção do dia de sempre

Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...

Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...

E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...

E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.

Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.

Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!

E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas...


Mário Quintana
falando por nosotros Ma Chérie
Beijus - Diogo


Argentina - Memorias del Saqueo

Olá, para este fim de semana de feriadão abrindo novembro gostaria de recomendar para todos e todas que tenham interesse em saber um pouco da história recente da Argentina, seu povo e suas lutas,  as privatizações dos recursos naturais e de todo o estado, ver  o quanto nossas histórias são parecidas e o quanto os processos e mecânismos de exploração operam simultaneamente como uma onda. 

Enquanto a Argentina era considerada o celeiro do mundo  seu povo passava cada vez mais fome, mais de 20% de desempregados, em uma população de 32 milhões de Argentinos no final da década de 90 e inicio dos anos 2000 com 18 milhões de pobres e 8 milhões de famintos, chegando em 2004 com 51% da população abaixo do nível de pobreza. Um país que em anos anteriores chegou a ser considerado de primeiro mundo tornado um dos mais pobres do mundo em um curto período de tempo.

O documentário permite perceber o quanto a aplicação das recomendações norte americanas e do FMI geraram tanta pobreza generalizada e concentração de renda na mão de poucos, o quanto as privatizações saquearam as riquezas dos países colocando-as em mãos extrangeiras, como aqui no Brasil com Fernando Henrique Cardoso tocando privatizações como a da Vale do Rio Doce em 1997 e na Argentina o mesmo se passando em 99 com a privatização da YPF dentre todo um calendário de privatizações de todo o estado, de recursos minerais a fornecimento da água, o lema do Governo Menem número um era de que o estado não operasse nada mais pois tudo deveria ser privatizado. Ambas empresas que simbolizam o maior roubo da história de Brasil e Argentina aos recursos minerais e petrolíferos, foram dadas ao capital extrangeiro por um valor que correspondia em menos de 10% seus valores reais. 

O documentário traz uma analise precisa e lucida acerca do que viveu politicamente a Argentina dos anos 80 até 2004, descrevendo o silencioso genocídio social provocado pelas ditaduras e os seguidos governos neo-liberais, dando enfoque aos governos de Menem e De la Rua, que seguiram a risca um manual de privatizações e  implantaram uma mafiocracia jamais vista na argentina. Memoria del Saqueo é fundamental para entender a história política recente do nosso irmão país Argentina.

Assisti esse documentário pela primeira em dezembro de 2008 em Cordobá quando estava conhecendo a Argentina pela primeira vez, o amigo Vitor dono do hostel Joven que recomendo aos que conhecerem Cordoba e buscarem um lugar economico e com alta elevação cultural, onde me hospedei e passei o natal, Vitor é militante do movimento LGBT argentino e participou de vários protestos e lutas mostrados no documentário, me disse que tinha algo que eu deveria assistir para conhecer sobre seu país e as lutas do seu povo. Me choquei com o documentário, e me impressionei muito em ver o quanto a história de roubo e saque das riquezas do meu país são idênticas ao que se passou na Argentina, e se repetiu com a mesma intensidade devastadora na Bolívia e em praticamente todos os países da América Latina, quintal do imperialismo.

O famoso manual de Washington com suas ditaduras, liberalismos e "democracias" eleitas por pequenos grupos detentores do poder economico e das comunicações, se associando ao saque das riquezas dos países pelo capital extrangeiro! Entenda e sinta a Argentina!


As ruas cantam: "El pueblo no se vá!" - "El pueblo, unido, jamás sera vencido!" - "El pueblo ganó!"







Filme inteiro em espanhol - Parte 1 e Parte 2
estou buscando a versão para download com legenda em português mas está difícil de encontrar, assim que encontrar atualizo aqui.. no entanto recomendo tentar ver e ouvir em castelhano, é um espanhol bem claro, da para entender praticamente tudo, é só deixar o espanhol entrar nos ouvidos!


O Diretor Fernando Pino Solanas


NOTA DE INTENCION:
La tragedia que nos tocó vivir con el derrumbe del gobierno liberal de De la Rúa, me impulsaron a volver a mis inicios en el cine, hace más de 40 años, cuando la búsqueda de una identidad política y cinematográfica y la resistencia ala dictadura, me llevaron a filmar “La Hora de los Hornos”. Las circunstancias han cambiado y para mal: ¿Cómo fue posible que en el “granero del mundo” se padeciera hambre? El país había sido devastado por un nuevo tipo de agresión, silenciosa y sistemática, que dejaba más muertos que los del terrorismo de Estado y la guerra de Malvinas. En nombre de la globalización y el libre comercio, las recetas económicas de los organismos internacionales terminaron en el genocidio social y el vaciamiento financiero del país. La responsabilidad de los gobiernos de Menem y De la Rúa no exime al FMI, al Banco Mundial ni a sus países mandantes. Buscando beneficios extraordinarios nos impusieron planes neoracistas que suprimían derechos sociales adquiridos y condenaron a muerte por desnutrición, vejez prematura o enfermedades curables, a millones de personas. Eran crímenes de lesa humanidad en tiempos de paz.

Una vez más, la realidad me impuso recontextualizar las imágenes y componer un fresco vivo de lo que habíamos soportado durante las tres décadas que van de la dictadura de Videla a la rebelión popular del 19 y 20 de diciembre de 2001, que terminó con el gobierno de la Alianza. “Memoria del Saqueo” es mi manera de contribuir al debate que en Argentina y el mundo se está desarrollando con la certeza que frente a la globalización deshumanizada, “otro mundo es posible”.
Fernando E. Solanas

CARTA A LOS ESPECTADORES:
Cientos de veces me he preguntado cómo es posible que en un país tan rico la pobreza y el hambre alcanzara tal magnitud? ¿Qué sucedió con las promesas de modernidad, trabajo y bienestar que pregonaran políticos, empresarios, economistas iluminados y sus comunicadores mediáticos, si jamás el país conoció estos aberrantes niveles de desocupación e indigencia? ¿Cómo puede entenderse la enajenación del patrimonio público para pagar la deuda, si el endeudamiento se multiplicó varias veces comprometiendo el futuro por varias generaciones? ¿Cómo fue posible en democracia tanta burla al mandato del voto , tanta degradación de las instituciones republicanas, tanta sumisión a los poderes externos, tanta impunidad, corrupción y pérdida de derechos sociales?
Responder a los interrogantes que dejó la catástrofe social o repasar los capítulos bochornosos de la historia reciente, sería imposible en los limitados márgenes de una película: hacen falta muchas más, junto a investigaciones, debates y estudios para dar cuenta de la magnitud de esa catástrofe.

Esta película nació para aportar a la memoria contra el olvido, reconstruir la historia de una de las etapas más graves de la Argentina para incitar a denunciar las causas que provocaron el vaciamiento económico y el genocidio social. "Memoria del saqueo" es también un cine libre y creativo realizado en los inciertos meses de 2002 , cuando no existían certezas sobre el futuro político del país. A treinta y cinco años de "La Hora de los Hornos", he querido retomar la historia desde las palabras y gestos de sus protagonistas y recuperar las imágenes en su contexto. Procesos e imágenes que con sus rasgos propios también han golpeado a otros países hermanos. Es una manera de contribuir a la tarea plural de una refundación democrática de la Argentina y al debate que en el mundo se desarrolla frente a la globalización deshumanizada con la certeza de que "otro mundo es posible".
Fernando Solanas / Marzo 2004

Informações...
Ano de Lançamento: 2003
Origem: Suiça, França, Argentina
Duração: 114 Minutos
Gênero: Documentário
Idioma: Espanhol
Direção: Pino Solanas

Não deixe de assistir e difundir!
Beijus,
Diogo

O passado

A todo instante estamos gerando o nosso passado, cada decisão, cada caminho tomado, cada palavra dita ou calada, cada gesto feito ou reprimido, esse instante presente que passa na velocidade da terra, o eu hoje diferente do eu ontem e do eu amanhã, fases, sempre novas verdades, novos idolos, amores vividos e vistos sob cada perspectiva de cada fase da vida, a rotina que parecia chata dando a impressão que se repetiria eternamente!


Conversando com minha amiga de muitos anos de amziade, Camila, ela me lembrou do primeiro blog que tive, há 5 anos atraz, que eu tinha esquecido totalmente, que tava guardado lá nos arquivos engavetados da minha cabeça.!! Escrevi na primeira postagem desse blogui que este era meu primeiro blogui.. Mentira sem querer, tinha esquecido mesmo do meu passado blogueiro.. risos!



E eis que re-vi e re-senti através dos links abaixo o meu primeiro blog,  uma fase maravilhosa dessa vida, morando em São Paulo com 20 anos de idade, fazendo cursinho pra tentar mais uma vez o vestibular da USP, estudando umas 10 horas por dia no mínimo, não conhecia quase ninguém na gigante São Paulo, fase centrada e solitária, com a flecha apontada para sonhos querendo ser reais! Quantas fases vivemos, quantos eus diferentes somos na somatoria do todo da nossa vida:



Segundo Blog, eu estava com 21 pra 22 anos, calouro de letras na UnB vivendo em Brasília recém mudado de São Paulo, eu tinha mais ou menos esquecido da existência dele:
 



E agora, 4 anos depois, eis que surge o Caminhando Que Se Sente, feito para sintonizar essa grande viagem de rumos e caminhos imprevisíveis que me pus a fazer, com 25 pra 26 anos, talvez daqui uns anos mais um blog todo esquecido e abandonado refletindo um poquim de nada mais uma fase que passou nessa vida, como os que o antecederam, talvez nem lembrado, risos!
 


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Como voltei a caminhar estou diminiuindo a frequência de postagem no blog por falta de tempo, mas sempre que der apareço, o momento agora é de viver, amar o presente e caminhar intensamente aqui aos pés da Ibituruna.
Beijos
Diogo

25 e Sonhos - A Caminhada

Há exatos dois meses atrás no dia 25 de Agosto eu acordava com o sol nascendo  na janela do ônibus, deixando para trás a noite e iluminando a distinta vegetação do Chaco na poeira da estrada de terra, chegando em Bermejo, última cidade da Bolívia 200 KM antes da fronteira com o Paraguai. Passei o dia cruzando o Paraguai de uma ponta a quase outra, espantado, abismado com tudo que via, um país desertico em termos de população, com uma região norte, como a região norte do Brasil, Argentina e Bolívia muito pobre e abandonado, um Chaco encantador de arvores barrigudas que davam algodão silvestre nas suas pontas que coloriam de branco o Chaco escuro de céu azul, repleto de árvores e galhos secos e contorcidos, trocando muitas idéias com o amigo caminhante brasileiro que eu acabara de conhecer na fronteira e que viaja ha 7 anos, vendo o Paraguai se revelar prus olhos e prus sentidos. Chegava às 23:00 horas em Assunção, com 25 anos, 25 horas de viagem sentado na poltrona de número 25 no dia 25! 

Havia começado minha viagem uma semana atrás saíndo de Brasília, o Paraguai foi uma experiência muito intensa por tudo que vivi com sua gente, sua cultura, sua resistência e pelos Sonhos, como o que tive 2 semanas antes de começar a viagem; estava eu no sonho, de frente para o Rio Doce, com as aguas negras como a noite, na margem do lado da ilha dos araújos, bairro aqui da minha Governador Valadares onde cresci meus primeiros tempos de vida, eu tinha que atravessar o Rio, era a noite e a balsa tinha acabado de sair, eu olhei pra outra margem que era o outro país que tinha que chegar e me joguei na água, balancei no redemunho da água noturna, meu grande amigo irmão Victor pernambucano que faz letras espanhol também lá na unb, que viajamos eu, ele e meu outro grande amigo Fábio, de La Paz na Bolívia até Belém do Pará em Janeiro desse ano, cortando a gigantesca amazônia, Vitão me jogou um salva vidas! Eis que cheguei ao outro lado, estava no Paraguai. 


Caminhei pelas ruas do Paraguai, sabia que tinha algum tempo antes de partir  de novo dalí daquele ponto de chegada, caminhei em uns becos estreitos como os de alguns bairros da periferia de Valadares de frente para o Rio, para a ilha, logo mais a frente encontrei um lugar mais ao fundo, uma arvoré e várias pessoas conversando, escuro. Em pouco tempo eu brigava com um amigo de Brasília, que por aqueles tempos do sonho, andavamos mesmo na realidade meio que prestes a brigar por bobagem, um amigo, brigamos um pouco e pronto, foi como um desabafo a briga,  eu o joguei com uma força enorme ao outro lado e acabou, voltei caminhando pelos corredores entre casa, no meio do caminho lembrei que estava sem o passaporte, que o passaporte havia ficado com o meu amigo da briga, pensei, como vou pegar o barco para atravessar de novo o rio, segui caminhando preocupado, logo cheguei ao embarque onde havia chegado nadando, era de madrugada, era a última balsa, eu estava sem o passaporte e não podia sair do país, eu querendo pular a barreira e entrar na balsa ou pular na água, uma policial e um policial atraz de mim, eu olhei e vi em seus olhos que eles sabiam da minha vontade de pular e me pegariam antes que eu saltasse, apagou-se, não lembro se pulei; estou meio que deitado, é de dia,  primeiro me vejo como que navegando chegando a uma grande cidade e logo estou dentro de um coletivo olhando para os prédios altos, estou na Colômbia, a Colômbia é muito diferente do que eu pensava, quantos prédios altos, olho as ruas, penso em quanto a Colômbia é diferente do que eu pensava. Acordei.

Esse sonho tive cerca de 2 semanas antes di partir de Brasília no dia 18 de Agosto,  e foi tão simbólico naquele momento de espera para chegar a hora da partida, que foi pra mim como o início simbólico da viagem, duas semanas antes!
 


Contado o sonho, eis que vamos a realidade posterior. Chegou o tão esperado dia 18 e parti rumo aos desconhecidos, cheguei na fronteira Corumbá – Brasil com Puerto Quijarro – Bolívia, e eis que na migração depois de ter garantido minha entrada com o passaporte carimbado, me vejo em uma situação de ter meu passaporte tirado das minhas mãos, anulado a entrada e eu e mais dois amigos brasileiros que tinha acabado de conhecer, nos vemos sendo obrigados a pagar uma propina, conto contado aqui no inicio da viagem, na quase uma hora de espera e negociação com os policias para devolverem  meu visto de entrada, o sonho me veio com emoção, eu estava na primeira fronteira, sem poder seguir, com os policias, vendo minha entrada impossibilitada, eu tinha simbolicamente feito uma travessia para chegar na fronteira, de Brasília a Campo Grande e depois até Corumbá, trejeto-rio, fui lendo e relendo o A Terceira Margem do Rio do Primeiras Estórias do velho Rosa,  lendo e chorando, a travessia que é a vida tão genialmente e sentimentalmente captada, Guimarães Rosa pra mim é o gênio da sensibilidade, e como no sonho, chegando na outra margem que era uma fronteira, na hora de seguir também no mundo real, eu estava também sem o passaporte simbolicamente naquele momento, fiquei vivendo a situação re-lembrando dele, que eu tinha esquecido, o Sonho, vivo!


No dia 25 de Agosto quando eu chegava na segunda fronteira da viagem, Bolívia - Paraguai, o policia boliviano, de novo, embarrerou meu caminho, soou extranho  para ele o anulado que eu tinha ganho no primeiro carimbo do passaporte, e abaixo do anulado outro carimbo de entrada. O sonho foi certeiro quanto às primeiras fronteiras e o passaporte!


A viagem seguiu intensificando-se, cheguei em Santa Cruz e no mesmo dia em uma decisão de última hora, sem estar previsto, como quase todos os caminhos sem muito planejamento, segui a noite de ônibus para Beni, a terceira noite durmida dentro de um ônibus em 4 noites seguidas dormidas nos ônibus e no trem.

Depois de bater bastante papo com a senhora que viajou ao meu lado, Sonhei que estava em um descampado de morro pequeno com um mato claro todo seco, e um pouco alto, resumindo bem esse sonho pra esse texto não ficar demasiado extenso, eu tava no meio do mato com minha moto, olhava a moto que meu amigo Andrés havia comprado, era a que ele queria comprar, fiquei feliz por ele, depois fui ver não era e perguntei porque tinha mudado de escolha, uma outra moto chegou do meu lado e reparei que era bem velha, foi aparecendo mais motos e no meio dessas motos todas eu acordei, olhei pela janela e o sol estava nascendo na lateral do ônibus, um sol rosa subindo com vigor, trazendo o sábado, eis que chegava em Trinidad, capital do estado, lá chamado departamento, de Beni. 

Junto com Santa Cruz, Tarija e Pando os 4 estados dos 9 da Bolívia que têm como governantes os representates da direita e ultra-direita Boliviana, chamados de estados da Meia Lua, são os estados que concentram os maiores latifundiários da pequena elite de poucos espanhois que sempre foram os donos das riquezas e das terras do país na história dos séculos  de dominação, dizimações e roubo aos povos que viviam neste continente, até a eleição do primeiro indígena para a presidência em 2005, uma minoria de menos de 5% era dona de tudo, em um país onde 80% da população são indígenas, sendo 60% dessa população total - indígenas originários.  No entanto esses poucos senhores detêm as terras e riquezas naturais desses 4 estados, o gás de Tarija ao sul, as terras dos dois maiores estados em território da Bolívia -  Beni e Santa Cruz, com muito latifundio, a terra dos povos originários toda na mão de poucos coroneis, mais vivos do que nunca. Beni e sua capital Trinidad sempre que eu tentei ir nas outras duas viagens que fiz a Bolívia, acabei só conhecendo o norte de Beni, a fronteira da Bolívia com o Brasil, Guajará-mirim - Rondônia,  pois sempre tinha uma estrada caída ou um bloqueio político, essa viagem por exemplo até o último instante nós passageiros teríamos que cruzar a pé o bloqueio para depois tomar outro ônibus que nos esperaria depois do bloqueio e etc, só uma empresa  de ônibus estava fazendo o trajeto naquele, de umas 10 empresas.. O protesto se levantou pouco antes da nossa saída às 20h de Santa Cruz, daí pude sonhar tranquilo o que logo vivi!


Conversei mais um pouco com a simpatiza vovó que tava do meu lado, no tempo que conversamos antes de durmimos e quando acordamos, me adotou como um neto, perguntando tudo, de onde eu era, pra onde ia, se meus pais não se preocupavam deu viajar sozinho, como era o Brasil, e etc, e eu como netinho enchi ela de perguntas também, sobre a Bolívia, Evo, Cultura e etc!


O ônibus foi chegando na cidade, o dia começava a clarear em Trinidad e as motos já estavam circulando, as primeiras imagens que tive da janela do ônibus depois do nascer do sol foi de motos passando ao lado do ônibus. Desci na rodoviária e caminhei nas ruas em volta à rodoviária procurando um hotelzinho bem barato, não encontrei, comecei a perguntar como chegar ao centro, caminhei mais algumas ruas pra ir vendo como era a cidade e só via motos, cada vez mais motos, todo mundo sem capacete, as vezes vários na moto, digo, 5 por moto, as vezes fazendo até mudança ou levando cargas de trabalho, caminhando e admirando o quanto tinha mudado tudo de Santa Cruz pra Beni e o quanto Beni era diferente das outras 7 capitais que conheci da Bolívia, estava caminhando encantado com os primeiros desvendamentos sobre Trinidad, eis que lembrei do sonho que acabava de ter tido no ônibus, um monte de motos, peguei um moto táxi até o centro, fui sorrindo com os mistérios dessa vida e com o infinito diverso que é a espécie humana.


Voltando ao sonho que começou a viagem bem antes da viagem começar e que marcou o episodio relacionado com a fronteira e o passaporte, cheguei no Paraguai no dia 25 e dormi de frente pra rodoviária, no dia 26 tomei com o novo amigo Jonny um coletivo, passamos mais de uma hora nesse coletivo, iamos rumo a conhecer o centro de Assunção, fui na janelinha sorrindo pro Paraguai, pensando no quanto desde que cruzei o país no dia anterior, era diferente de tudo que eu tinha imaginado, até porque o tudo que eu tinha imaginado é quase nada, pois as únicas coisas que os grandes meios de comunicação do Brasil já me disseram do Paraguai é que tem uma ponte onde faz contrabando pro Brasil e que causa prejuízo as grandes companhias trans-nacionais de cigarros e etc.. 

Estava deslumbrando o Paraguai na janela do ônibus quando senti e vi imagens parecidas e o mesmo sentimento de um momento sentido como já vivido, porém vivido no sonho, chegando a uma grande cidade muito diferente do que pensava antes de conhece-la,  igualzinho a sensação que tive no sonho chegando no que eu pensava ser a Colombia, impressionado com a surpresa segui sorrindo prus mistérios, dois senhores tocaram uma linda canção  paraguaia em espanhol e guarani no coletivo, eu e o Paraguai nos saudávamos pelo caminho repleto de ipês rosa!

Um mês depois deste 25 de Agosto em que chegava no Paraguai e iniciava recém minha viagem, no 25 de Setembro na Argentina há mais de 20 dias, dormi das 01h da manhã às 03h, fui para o Aeroporto de Buenos Aires e tomei um vôo para São Paulo às 06:00h, depois outro na escala para Belo Horizonte, onde encontrei ao meio dia meu pai que me esperava, demos um forte abraço, seguramos o choro os dois que mais forte que nós dois saíu um pouco dos nossos olhos, falei com minha mãe ao telefone e choramos e com minha irmã em seguida e choramos, de lá de BH outro vôo pra Ipatinga e depois uma pequena viagem de carro até Valadares, eu chegava na minha cidade natal às 20horas daquele 25, meus parentes me receberam, meu tio médico e minha tia enfermeira me avaliaram, a vó chorou na hora que me viu, eu estava muito magro, amarelo, mas sorrindo sempre. Segui para o hospital onde passei 6 horas tomando soro, como tinha passado os últimos 5 dias em Buenos Aires vomitando tudo que comia ou bebia, estava além de fraco e  com o fígado muito debilitado, um pouco desidratado.. Na madruga minha mãe me levou pra casa, segui mais 6 dias na angustia de não saber o que tinha, qual era a hepatite e se havia algum outro problema, no dia 01 de Outubro recebi o resultado, era hepatite A, a mais tranquila, 1 mês  de repouso e tá sarado, como estou agora, e outro pequeno probleminha de nada que em breve se resolverá tb!


Hoje, dia 25 de Outubro acordei cedo, li um pouco e fui para a casa da vó, o tradicional  almoço de domingo da família ramalho, comer o arrozim melhor do mundo da minha vó miquita junto com os primos e primas, tios e tias, estou recuperado, dos 9 kilos que perdi recuperei 6, o amarelo se foi e as cores todas voltaram, há 3 dias voltei a caminhar, caminhei pelas ruas da minha cidade, cada rua, esquina, contrução, caminhantes loucos da rua, tudo que vejo na minha cidade é a história da minha vida, aqui vivi 18 anos  continuos da minha vida, tudo está encantado de memórias do passado onde as ruas, as pessoas, tudo, eram vistos nesse passado com outros óculos, tinham uma outra amplitude e tamanho, cerca de 8 anos depois de ter me ido a caminhar por tudo que é canto e viver nuns outros cantos, vindo aqui uma vez por ano de menos de dez dias, por conta do trabalho e estudo em Brasília, as pessoas que conhecia se foram, viraram homens e mulheres, com filhos, casados, estudantes, não os vejo, tomaram caminhos, o sentimento de desconhecido no ninho, a volta a Valadares está sendo uma caminhada rumo ao interior, com o baque da experiência vivida com a saúde, que demonstrou-me o quanto a vida é um instante, o quanto a vida, frase que me soprava por esses dias no ouvído carinhosamente Clarice Lispector, “A Vida é um Sopro”, a proximidade com a morte, que tenho no meu cotidiano porque sou motoqueiro e sei que a vida pode ir-se na próxima curva sempre se não tomar cuidado ou se o acaso me escolher, e saber disso sempre é o que garante a vida do motoqueiro, risos, mas nada comparável a sentir a fragilidade da efêmera vida humana, vista do ponto de vista prático, por alguém que não adoecia a quase 20 anos e não contava com tal possibilidade, a experiência pelo seu completo, depois da submerção a que me inseri involuntariamente, voltei a caminhar e sentir aqui, minha cidade e minha gente, meu sertão, e daqui partir como tantas outras vezes parti, renovado, preparado pros tantos outros sertões dessa nossa vida!


Quando de fato entrei na fase de se curar da hepatite, depois de toda a turbência dos 15 primeiros dias, eu não sonhava ou se sonhava não era coisa boa e eu naum lembrava de nada, só me mechia a noite inteira, eis que voltei a Sonhar e lembrar, sonhei que estava de frente a um rio, indo a fazer uma travessia, pensando e analisando a correnteza forte e a canoinha de madeira frágil, tinha uma máquina de filmar no canto da canoa, no resto cabia apenas eu com a perna esticada, eu só, teria que remar pra conseguir atravessar o rio em linha reta, a água do rio era densa e parecia uma coisa só a forte correnteza, analisei e me orientei com um senhor que estava atras de mim, perguntei como fazer para chegar por terra, escolhi esse outro caminho que era muito mais longo que o de atravessar o rio e a pequena floresta. Todas essas imagens, eu de frente pro rio, foi como o conto A TERCEIRA MARGEM DO RIO quando o pai está partindo, e quando acordei lembrei-me imediatamente do primeiro sonho que marcou a primeira fase dessa viagem, só que dessa vez era dia, eu não me joguei nas águas com a canoa, decidi o maior caminho por terra, pra chegar na cidade que tinha depois da floresta do outro lado da margem, tinha que pegar um ônibus nessa cidade e depois outro em outra cidade e de lá  sim seguir viajando.. Voltei o caminho numa pampa branca sozinho, decidi passar em casa antes e pegar roupa, estava indo viajar sem roupa nenhuma, segui um caminho de estrada de chão descendo uma montanha em circulos, uma hora em que a pampa velha branca quase caía na ribanceira eu hesitei em parar e tentar manobrar, segui virando, descendo, e a decisão de não dar marchá ré e seguir, deu certo; Acordei. 

Este sonho teve tantas coisas simbólicas que marcou o outro início dessa viagem, que já está retomada fisicamente, sempre seguiu espiritualmente, o caminhar do nome desse blogui que significa sentir, só se senti se permitindo sentir, so se senti sonhando, Vivendo. Disse-me Victor Hugo esses dias quando eu pensava no quanto os sonhos que temos, tanto dormindo quanto acordados, estão criando as realidades: “Não há nada como o sonho para criar o futuro, utopia hoje, carne e osso amanhã"


Beijos neste dia 25, aos 25 anos, de sonho e de luta, e de América do Sul! 
Diogo

Venezuela - A revolução não será televisionada

A minha dica de película para este fim de semana é o documentário "A revolução não será televisionada", produzido por dois irlandeses que estavam na Venezuela fazendo outro documentário quando estourou o golpe de estado em abril de 2002, articulado, apoiado e reconhecido imediatamente pelos Estados Unidos, sancionado por toda a grande mídia latino-americana e mundial, a rede globo no Brasil por exemplo publicou no mesmo dia no seu jornal nacional que o presidente Hugo Chavez havia renunciado reproduzindo as mentiras e ocultando os fatos.. A resposta do povo venezuelano foi imediata, em três dias o presidente eleito pela maioria da população da Venezuela Hugo Chavez que havia sido sequestrado voltava ao poder. Golpe nos mesmos moldes do golpe de agora em 2009 em Honduras, com suas distinções que fizeram com que o golpe na Venezuela durasse 3 dias e de Honduras ainda se arrastar por mais de 3 meses.
O documentário é de suma iomportância para se entender o papel sempre golpista dos meios de comunicações que defendem o interesse do proprietário do meio e dos proprietários dos países, e mostra o quanto o povo da Venezuela vêm atingindo uma maturidade política cada vez maior fazendo e sustendado a revolução social em curso no país. Entenda porque Hugo Chavez não renovou a licensa da "rede globo venezuelana", que deu o golpe de estado junto aos empresários e os EUA.

Pra quem já viu re-ver, pra quem não viu ver no mínimo uma vez, para todos propagarmos, pois assim como o ZEITGEIST, não se encontra em locadoras ou na TV esse tipo de informação real! Vencedor de 19 prêmios internacionais:





Para fazer o download completo:
http://www.megaupload.com/?d=J48P75FL



beijos
Diogo

A revolução não será televisionada


(The revolution will not be televised) Documentário. 2003. Irlanda. 


O documentário A revolução não será televisionada, filmado e dirigido pelos irlandeses Kim Bartley e Donnacha O’Briain, apresenta os acontecimentos do golpe contra o governo do presidente Hugo Chávez, em abril de 2002, na Venezuela. Os dois cineastas estavam na Venezuela realizando, desde setembro de 2001, um documentário sobre o presidente Hugo Chavez e o governo bolivariano quando, surpreendidos pelos momentos de preparação e desencadeamento do golpe, puderam registrar, inclusive no interior do Palácio Miraflores, seus instantes decisivos, respondido e esmagado pela espetacular reação do povo. 


É apresentado o cenário em que se desencadeiam os acontecimentos de abril de 2002. A Venezuela está entre os cinco maiores países produtores de petróleo do mundo, sendo um dos maiores fornecedores dos Estados Unidos. Ao assumir a presidência, em 1998, Hugo Chavez passou a defender a distribuição dos rendimentos auferidos com o petróleo para investimentos sociais voltados à maioria do povo e intensificou as críticas às políticas liberais inspiradas nos EUA, o que levantou a ira das classes dominantes locais e do imperialismo norte-americano, acostumados a governos submissos. 


A partir de então, o governo de Hugo Chavez e a “revolução bolivariana” passariam a enfrentar, diariamente, uma verdadeira cruzada na mídia empreendida pelos cinco canais de televisão privada do país. A cruzada foi respondida com o avanço da mobilização e a organização da grande massa de explorados do país, abrangendo mais de 80% da população pobre. Em 1999 foi aprovada, por meio de referendo popular, a nova Constituição da Venezuela. Ela ampliou a participação política das massas populares através da organização dos círculos bolivarianos pelos bairros e favelas. 

Com bastante propriedade, o documentário consegue mostrar a permanente campanha de mentiras urdida pelos meios de comunicação contra o governo de Hugo Chavez, as relações da grande mídia com a elite econômica, militares dissidentes e a articulação dos EUA na manipulação dos fatos. Evidencia também a intervenção direta do imperialismo norte-americano na organização do golpe, em sua preparação e organização na embaixada americana em Caracas que foi, posteriormente, comprovada com documentos. Como disse o então diretor da CIA George Tenet, em entrevista na TV Venezuelana, dias antes do golpe, Chavez “não está preocupado com os interesses dos EUA”. 

As articulações que envolveram a grande mídia na tentativa golpista foram por ela mesma reveladas, momentos depois de empossarem Pedro Carmona. Momentos, aliás, muito bem registrados no documentário: mostram a arrogância do procurador, designado por Carmona, ao anunciar a dissolução do Congresso, da Corte Suprema e revogar a Constituição, e depois de algumas horas, todo assustado, ao ser preso, num canto de uma sala do palácio. 


Outro aspecto importante do documentário é a revelação da manipulação dos canais de televisão comerciais sobre os responsáveis pelos assassinatos dos manifestantes em 11 de abril de 2002. Todos os canais privados de televisão que, junto à imprensa escrita e radiofônica, justificaram o golpe de estado de 11 de abril com uma edição de imagens em que aparece um grupo de apoiadores de Chavez, situados na Ponte Llaguno de Caracas, realizando disparos. Estas imagens foram utilizadas para afirmar que "Chávez foi quem ordenou disparar contra a multidão". "A revolução não será televisionada" demonstra, ao apresentar a edição completa da seqüência de imagens (manipulada na edição das TVs), que os grupos situados sobre a Ponte Llaguno de Caracas respondem ao fogo de franco-atiradores (estes sim atiram nos manifestantes) e não disparam sobre os manifestantes. 


O ponto alto do documentário é registrar a força das massas exploradas que derrotam os golpistas e restituem o governo a Hugo Chavez. O povo enfrentou e passou por cima de toda a mentira, fraude, manipulação da informação, da repressão iminente e mostrou que é mais forte. Não aceitou as “notícias”, recusou-as e saiu às ruas na manhã de sábado, 13 de abril, para denunciar que Chavez “não renunciou! Está seqüestrado!” e “não te queremos Carmona! Ladrão!”. Centenas de milhares de pessoas nas ruas cercam o Palácio Miraflores para exigir “Queremos a Chavez!” e clamar “Chavez amigo, o povo está contigo!”. 


Um ponto importante a ser identificado e debatido: durante a noite do dia 11 de abril e na madrugada do dia 12, o Palácio Miraflores foi cercado e os golpistas ameaçaram bombardeá-lo caso Chavez não renunciasse. 
 
Chavez resistia e afirmara que não renunciaria. As horas passam e o prazo dado pelos golpistas estava por terminar. A maioria do governo considerou que não havia saída: “O jogo acabou... é a vitória da morte” afirmara seu Ministro do Desenvolvimento. O Conselheiro Político expressou que “os adversários eram muito poderosos e não deu tempo... Não organizamos uma política de comunicações”. Por volta das 3:30 h da madrugada, Chavez comunica que sairia e se entregaria, mas sem renunciar, para ficar claro que se tratava de um golpe. Um sinal de que aquele não seria o desfecho final é manifestado pelo próprio Chavez, na saída do Palácio, diante da afirmação de um aliado que grita: “Presidente voltaremos”. Chavez afirma “Ora! Nem fomos embora”. 

Porém a decisão de se retirar e ceder às chantagens revela uma certa subestimação da capacidade do povo empreender resistências vigorosas e múltiplas a ponto de derrotar os golpistas. E mais: indica que a organização das massas exploradas para resistir a estas situações não era uma possibilidade presente na consciência política das forças que apóiam o governo de Hugo Chavez. Portanto, não poderiam vislumbrá-la e dela lançar mão. Apenas se conformaram: “Não havia saída”, “O jogo acabou”. Para eles, não faltava uma política para organizar as classes dominadas, mas sim o que “não organizamos [foi] uma política de comunicações”.





A preparação e organização dos trabalhadores e das massas populares para fazer frente ao antagonismo das classes dominantes e do imperialismo norte-americano, que a luta de classes coloca na ordem do dia, não pode depender da iniciativa “espontânea” das massas exploradas. O fato de, neste episódio, elas terem se levantado e vencido o golpe não poderia justificar a manutenção desse nível de organização política. Debilidade que se evidenciaria perigosa para a defesa dos interesses do povo venezuelano. 


Estes pontos estimulam todos os revolucionários e verdadeiros democratas a refletirem sobre a luta antiimperialista. A experiência recente da América Latina é rica neste sentido. Cabe aprender com os erros e não se contentar com as insuficiências que batalhas vitoriosas possam ocultar, desviando o povo do caminho da luta pela libertação nacional.
 
Ao contrário dos governos que estão até a alma comprometidos em garantir os interesses do capital financeiro internacional, o governo Chavez segue tomando medidas que atingem o imperialismo e as classes dominantes da Venezuela. Os acontecimentos registrados pelo documentário levaram o presidente Hugo Chavez e a maioria de seu governo a avançarem e implementarem medidas de estímulo à organização política do povo venezuelano a fim de resistir à ofensiva do imperialismo e impulsionar a “revolução bolivariana”.


Ficha Técnica:
Filmado e dirigido por: Kim Bartley e Donnacha O’Briain
Produção: Power Picture associada à Agencia de Cinema da Irlanda
Edição: Angel H. Zoido
Produtor Executivo: Rod Stonemann
Produzido por: David Power
Irlanda, 2003.
Duração:74 minutos, legendas em português.