A Odisséia Começou

Ontem dia 18 do mês 08 do ano 09 teve inicio essa grande caminhada.
O ônibus saíu às 19:30h de Brasília e cheguei às 17:00h aqui em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. Às 23:00h de hoje tomo outro ônibus rumo a Corumba, cidade que faz fronteira com a cidade de Puerto Quijaro - Bolívia, chego às 06 da manhã por lá.

A viagem foi tranquila, em alguns momentos só havia eu dentro do ônibus, o mesmo veio extremamente vazio. Passando pelo interior de São Paulo, muita chuva, e cruzando o imenso Rio Paraná que divide SP de Mato Grosso do Sul pude visualizar os pântanos avistados nas duas viagens que fiz a Bolívia em Dezembro de 2007 e Dezembro de 2008, agora imendaram com o grande Rio de tanta chuva.

A leitura inicial da viagem foi o "Primeiras Estorias" do velho Rosa, e o conto inaugural lido foi o "A Terceira Margem do Rio" que encheu de emoção carregada de sensibilidade os primeiros momentos dessa viagem. Recordei um dos papos de despedida que tive com meu amigo Fernandão, na simbologia dessa terceira margem como o Ser Humano, e sentindo o conto, percebi mais da simbologia do meio do rio, o rio como a nossa vida, as margens como inicio e fim da travessia, recomendo a leitura para entender-se melhor o que quero dizer!

Os sentimentos inicias são de muita espectativa, meu discman de 7 anos de idade estragou e estou viajando sem som, mas na minha cabeça tocou durante toda a viagem a música do Belchior "Pequeno mapa do tempo" que fala do medo. O medo visita nessas circunstâncias solitárias, mas não deixa lembrança, viajar sozinho, fora de temporada, ainda não falando fluente o espanhol é sempre perigoso, mas como diz o Riobaldo, "Viver é Perigoso" e noís segue em frente confiando nas vibrações positivas e nos anjos que sempre cruzam o caminho dos viajantes para os ajudar.
Amanhã dia 20 pela manhã o re-encontro com a amada Bolívia, a meta é ir a Santa Cruz de La Sierra e circundar esse que é o maior e mais direitista estado da Bolívia, que assassinou o Che e que representado pelos Latinfundiários tenta impedir a revolução em curso dos povos indigenas da Bolívia. Falamos da Bolívia na próxima parada, dalí entro no Paraguai daqui uns dias, para cruzar seu interior de uma ponta a outra, de lá rumo ao Uruguai e Argentina.

A idéia do blog é essa, ser um resumo do meu diário de viagem! De quando em quando, postarei também fotos da caminhada!
Besos y Abrazos,
Diogo

4 comentários:

Mila disse...

Querido Di!

Agora vai! Com o link funcionando e depois de algumas, várias tentativas, risos...consigo deixar um comentário para ti! Eu já havia dito anteriormente e reitero aqui! Gostei muito do seu primeiro relato, ficou muito bom, cria expectativas para as próximas paisagens que seguirás! A oportunidade de reler o conto "A Terceira Margem do Rio", do Rosa, muito me emocionou também; e essa analogia que traças junto com seu amigo, sobre a terceira margem com o ser humano é muito sensata, delineando os trajetos de nossa longa caminhada, onde "amar e mudar as coisas" interessa mais, buscamos ser "a mudança que queremos ver no mundo". Admiro muito teu espírito aventureiro, guerreiro, que não se deixa abater pelo medo...eu diria, como um esquizoanalista nato, estimulando sempre a produção desejante! Que tenhas uma maravilhosa viagem e agradeço por compartilhar de teus bons momentos conosco! Já eu aqui, me encontro curiosa para saber como foi a chegada à amada Bolívia, aguardo então pela próxima página do diário!

Te extraño!

Muchos besos!

Mila.

Unknown disse...

Venho aki de vez em quando para saber como esta a sua viagem!!! Muito Interessante essa sua ideia!!! bjos da Dociii Mayara

Unknown disse...

Muito bom ler seus relatos, Diogo! E sentir um pouco da sua terceira margem do rio... Faz perceber, reviver, refletir coisas boas e imaginar dua estrada aí. Depois de ler, me lembrei de uma música do Almir Sater, Trem do Pantanal que diz assim:
"Enquanto este velho trem atravessa o pantanal
As estrelas do cruzeiro fazem um sinal
De que este é o melhor caminho
Pra quem é como eu, mais um fugitivo da guerra

Enquanto este velho trem atravessa o pantanal
O povo lá em casa espera que eu mande um postal
Dizendo que eu estou muito bem vivo
Rumo a Santa Cruz de La Sierra"


Vá com deus no coração e com a intensidade dos encontros! Por aqui, vou acompanhando!

Diogo Ramalho disse...

Mila, Mayara e Palomita,

Obrigado pelos comentários.

Mila, é isso, ou nos jogamos no rio ou náo vivemos, é preciso se permitir e à intensidade.

Mayara, que bom que gostou da idéia e vais compartilhar comigo os olhares e sentidos sobre a america do sul que me propus a compartilhar através deste blog.

Palomita,
que massa essa música do almir sater, vou busca-la pra escutar..
cheguei aqui no paraguai, completamente outra coisa do que eu esperava.. no önibus urbano entrou dois senhores com duas violas e cantaram uma musica paraguai, a musica toda dizia de um amor que se chama PALOMITA..risossss
e eu só lembrando da palomera.. depois verá tb essa foto, os vovôs mandando um super som paraguaio de busáo em busáo na cidade..

beijos pra vocës..
Diogo

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